Na Assembleia Legislativa Regional dos Açores, o parlamentar lançou o repto ao Governo da República, que "tem estado atento e solidário", para "dar um apoio efetivo aos jorgenses e aos açorianos", sendo que "há várias medidas que podem ser apresentadas".
"Espero que o Governo da República esteja disponível para mostrar verdadeiramente que está com os jorgenses", afirmou o deputado, que considerou haver "vários apoios" que podem ser adotadas para mitigar os impactos que a crise sismovulcânica está a gerar na ilha de São Jorge.
Paulo Silveira destacou o "êxodo populacional que normalmente acontece após estes eventos, associado à perda demográfica, que contínua em São Jorge e um pouco por todas as ilhas da região".
O parlamentar considerou que este facto "é motivo para, efetivamente, se debater e criar soluções para atrair e fixar população nas ilhas e, particularmente, em São Jorge".
"Estou certo de que, tal como até aqui, este Governo Regional será capaz e disponível para responder aos desafios", disse.
A centrista Catarina Cabeceiras, também no âmbito de uma intervenção política, afirmou que esperar que o "despovoamento forçado (em São Jorge) pelas circunstâncias não seja efetivo, para sempre", manifestando preocupação com os "impactos decorrentes dessa situação".
A líder do grupo parlamentar do CDS-PP/Açores manifestou também preocupação com os "possíveis impactos que se possam sentir na economia local, em virtude das perdas já verificadas ao nível do turismo, no comércio e nas pequenas e médias empresas da ilha".
"Com a pandemia, o aumento dos preços decorrentes da guerra e com a crise sismovulcânica, São Jorge sai grandemente afetado desta multiplicidade de crises que se sucedem a um ritmo frenético", disse.
Catariana Cabeceiras, na sequência das medidas de apoio anunciadas pelo Governo dos Açores, defendeu ser necessário "este contínuo acompanhamento por parte do Governo Regional, adequando as respostas às necessidades das empresas, à realidade".
A deputada salvaguardou que "esta crise sismovulcânica ainda não terminou e, infelizmente, poderá durar mais algum tempo".
O Governo dos Açores "pondera implementar" um ‘voucher’ aos turistas que se desloquem a São Jorge, bem como uma "especial promoção" dos produtos Marca Açores com origem na ilha, anunciou na terça-feira o presidente do executivo regional.
José Manuel Bolieiro, que intervinha na Assembleia Legislativa Regional dos Açores, na cidade da Horta, ilha do Faial, considerou que a crise sismovulcânica na ilha de São Jorge "acentua consequências de crise económica", às quais o Governo dos Açores não é "indiferente, com ação e apoio adequados e em tempo assertivo".
O líder do executivo destacou que manteve "reuniões com representantes dos empresários e com dezenas de empresários", sendo que "o acompanhar desta situação tem de ser diário e permanente".
Boleiro exemplificou que, "neste imediato, o Conselho do Governo aprovou, com específica adaptação às crises acumuladas — pandemia, guerra e, em São Jorge, a crise sísmica, a prorrogação do Apoiar.PT Açores, programa de apoio à liquidez, desta vez aplicado com majorações para São Jorge".
"Na ilha, será atribuída uma majoração de 10% aos apoios calculados e um acréscimo de 20% sobre os limites máximos indicados", frisou o governante.
A ilha de São Jorge, nos Açores, registou, nas últimas 24 horas, dois sismos sentidos pela população, informou hoje o Centro de Informação e Vigilância Sismovulcânica dos Açores (CIVISA).
Desde o início da crise sismovulcânica, que começou a 19 de março, foram identificados cerca de 254 sismos sentidos pela população.
O sismo de maior magnitude (3,8 na escala de Richter) ocorreu no dia 29 de março, às 21:56.
A atividade sísmica tem vindo a registar-se ao longo de uma faixa desde a Ponta dos Rosais até à zona do Norte Pequeno, na Silveira, e continua "acima do normal", refere hoje o comunicado.
Lusa