José Manuel Bolieiro defendeu segunda-feira que há que dar "passos sólidos" rumo a uma "autonomia de corresponsabilização", tendo identificado os novos desafios que se colocam à região face às novas realidades emergentes.
"Entendemos que importa dar passos sólidos rumo à autonomia de corresponsabilização", declarou José Manuel Bolieiro (PSD), que intervinha na sessão solene evocativa do Dia da Região Autónoma dos Açores, no concelho da Lagoa, na ilha de São Miguel, que voltou ao formato convencional após dois anos de interregno devido à pandemia da covid-19.
Bolieiro considerou que esta é uma oportunidade "para refletir até onde pode e deve ir a autonomia", 46 anos depois, num processo em que se "viu realizada uma missão nunca verdadeiramente concretizada".
O líder do executivo açoriano de coligação PSD/CDS-PP/PPM manifestou a "ambição coletiva de uma região de prosperidade", uma vez que "há ainda muito atraso" e "tantos desafios para vencer" na educação, na qualificação profissional, no acesso à saúde e no combate à pobreza.
Para Bolieiro, em termos económicos coloca-se o desafio de gerar bens transacionáveis, bem como "promover mobilidade de pessoas e bens".
O chefe do executivo açoriano apontou também como desafios as novas literacias, a transição digital, as alterações climáticas e a energia, havendo que dar "passos sólidos rumo a uma autonomia de corresponsabilização".
Bolieiro referiu que "a atualidade do mundo global confrontou os Açores com a realidade das interdependências, não havendo por isso assuntos só da região, do Estado ou da União Europeia".
De acordo com José Manuel Boliero, nos dias de hoje, "a autonomia exige mais, na medida em que parte significativa dos destinos dos Açores joga-se também fora do arquipélago".
"Precisamos de uma autonomia de corresponsabilização porque importa exercer maximamente as competências da região e exigir que o Estado central cumpra as suas, com o incentivo à mútua cooperação para o desempenho das missões, e ainda na ação política para que a União Europeia reconheça sempre as nossas especificidades e o valor estratégico do atlantismo que damos à Europa", defendeu o governante.
No âmbito da autonomia da corresponsabilização, há que promover um "pacto com a sociedade civil", uma "democracia participativa" e a cidadania.
O presidente do Governo dos Açores afirmou que não se conforma com o nível de pobreza dos Açores, sendo "ambição que, em uma década, os níveis de pobreza se aproximem da média nacional", bem como o índice de abandono escolar, a par da esperança de vida.