Agora que a pandemia perdeu honras de primeira página, a festa está de
volta. E a verdade é que precisamos da festa como do pão para a boca, já que, nos
Açores, vivemos ciclos e ritos que se situam nessa ambígua fronteira que separa o
religioso do profano. Necessitamos da festa porque precisamos de celebrar o
reencontro da amizade.
Olhamos à nossa volta, e vemos que o mundo está marcado pela guerra na
Ucrânia e por muitos medos e ameaças. Por isso a festa é, para nós, uma excelente
forma de quebrar a rotina e de renunciar à banalidade de um quotidiano
pardacento. E, por conseguinte, há na festa uma dimensão catártica – que, nos
tempos que correm, tem a ver com o drama das nossas frustrações históricas, com
as inquietações do nosso presente de crise, e com a angústia do nosso futuro
incerto. Ora, com a festa, a gente esquece ou faz por esquecer tudo isto.
Ucrânia e por muitos medos e ameaças. Por isso a festa é, para nós, uma excelente
forma de quebrar a rotina e de renunciar à banalidade de um quotidiano
pardacento. E, por conseguinte, há na festa uma dimensão catártica – que, nos
tempos que correm, tem a ver com o drama das nossas frustrações históricas, com
as inquietações do nosso presente de crise, e com a angústia do nosso futuro
incerto. Ora, com a festa, a gente esquece ou faz por esquecer tudo isto.
Há um velho ditado que diz que “o melhor da festa é esperar por ela”. Ora eu
acho que, decididamente, este ditado não bate certo porque, nestas ilhas, pura e
simplesmente não temos tempo de esperar pela festa.
acho que, decididamente, este ditado não bate certo porque, nestas ilhas, pura e
simplesmente não temos tempo de esperar pela festa.
Senão vejamos. Saímos do Natal e do Dia de Reis, e entramos logo a festejar
as quintas-feiras de amigos e de amigas, de compadres e de comadres, para logo de
seguida termos o Carnaval. Depois vem a Páscoa e as festividades do Espírito Santo,
e não tardam as festas dos santos populares, sabendo-se que cada cidade, cada vila
e cada freguesia tem o seu santo protetor ou padroeiro e, por conseguinte, as
festividades multiplicam-se nessa época.
as quintas-feiras de amigos e de amigas, de compadres e de comadres, para logo de
seguida termos o Carnaval. Depois vem a Páscoa e as festividades do Espírito Santo,
e não tardam as festas dos santos populares, sabendo-se que cada cidade, cada vila
e cada freguesia tem o seu santo protetor ou padroeiro e, por conseguinte, as
festividades multiplicam-se nessa época.
De resto, há, por estas beiradas, festas para todos os gostos e feitios. Em
Santa Maria, temos a Maré de Agosto. Em São Miguel, as Festividades do Senhor
Santo Cristo dos Milagres, em Ponta Delgada; as Cavalhadas de São Pedro da Ribeira
Seca, no concelho da Ribeira Grande, e as festas de São João da Vila, em Vila Franca
do Campo. Na Terceira, temos as Sanjoaninas, em Angra, e as festas da Praia da
Vitória. Em São Jorge, a Semana Cultural, nas Velas, e, na Calheta, o Festival de
Julho. Na Graciosa, as Festas do Senhor Santo Cristo. No Faial, a Semana do Mar. No
Pico, a Festa das Vindimas, na Madalena, Cais de Agosto, em São Roque, e a Semana
dos Baleeiros, nas Lajes. Nas Flores, a Festa do Emigrante. No Corvo, o Domingo de
Pentecostes…
Santa Maria, temos a Maré de Agosto. Em São Miguel, as Festividades do Senhor
Santo Cristo dos Milagres, em Ponta Delgada; as Cavalhadas de São Pedro da Ribeira
Seca, no concelho da Ribeira Grande, e as festas de São João da Vila, em Vila Franca
do Campo. Na Terceira, temos as Sanjoaninas, em Angra, e as festas da Praia da
Vitória. Em São Jorge, a Semana Cultural, nas Velas, e, na Calheta, o Festival de
Julho. Na Graciosa, as Festas do Senhor Santo Cristo. No Faial, a Semana do Mar. No
Pico, a Festa das Vindimas, na Madalena, Cais de Agosto, em São Roque, e a Semana
dos Baleeiros, nas Lajes. Nas Flores, a Festa do Emigrante. No Corvo, o Domingo de
Pentecostes…
Até temos, pasme-se, no concelho da Povoação, a Semana do Chicharro…
São festas a mais? Pois são. Nós é que não podemos passar sem elas.
Vade retro Covid-19!…