Pelos 50 anos da Escola Básica e Secundária da Graciosa
Nelson Mandela dizia que a educação é “a arma mais poderosa para mudar o
mundo”, fazendo alusão à importância do papel da educação no desenvolvimento
humano e na defesa das oportunidades e capacidades dos seres humanos viverem
com qualidade de vida e de acordo com os seus objetivos.

Na Ilha Graciosa, como em quase todas as ilhas, estudar era uma luta e um enorme
desafio para algumas famílias, muito poucas, enquanto outras famílias nem
ousavam sonhar em lá chegar.
As desigualdades eram gritantes. 

Fazer o ensino primário e depois trabalhar era a
sorte de grande parte dos jovens.
Depois da quarta classe, valia-nos as professoras Adelaide Teles, Filomena Teixeira,
Teodora Borba, Livramento Carvalhal e Teresinha Luz, para, em modelo de ensino
externo, preparar os jovens para os exames que seriam concretizados num qualquer
banco de escola fora da ilha.

Estas professoras do primeiro ciclo, para além do ensino, desenvolviam um
importante trabalho de cariz social. Os alunos que podiam, contribuíam com uma
verba para as despesas, mas aqueles que não podiam – e eram muitos – nunca lhes
era exigido qualquer pagamento, o que denotava um verdadeiro espírito altruísta que
é preciso não deixar cair no esquecimento.

Como alternativa, apenas a saída de casa. Por vezes com 10/11 anos, o que, como
se compreende, era violento para as crianças e seus pais. 

No ano letivo 1971/72, através da Portaria 486/70, foi criada a Escola Preparatória
da Graciosa, onde foram lecionados os 1o e 2os anos do segundo ciclo.
A primeira diretora foi a professora Fernanda Gregório que, com as professoras
acima referidas e ainda os professores Pe. Guilherme Pimentel, Valquírio Louro,
Filomena Correia, Laura Teixeira e Luísa Codorniz construíram, a partir do nada, a
escola que agora completa 50 anos de relevantes serviços prestados à Graciosa e aos
Graciosenses. 

Em 1975/76, já depois da Revolução de Abril, portanto, foi instalada a Secção Liceal
do Liceu Nacional de Angra do Heroísmo, onde se ministrava o 3o ciclo, cujo
primeiro diretor foi o professor Fernando Carvalhal.
Seguiu-se a implementação do ensino secundário e, mais recentemente, a instalação
do ensino artístico.
Foi um longo caminho de 50 anos.

De conquistas e, também, de muitas dificuldades,
naturalmente, mas foi meio século que valeu a pena.

Para além dos já referidos docentes, Fernanda Gregório e Fernando Carvalhal, que
tiveram o ensejo de instalar os estabelecimentos de ensino que originariam, mais
tarde, a Escola Básica e Secundária da Graciosa, importa recordar os nomes dos
principais responsáveis pela sua gestão: Pe. José Simões Borges, Manuel Avelar
Santos, Manuel Jorge Lobão, Pe. António Machado Alves, Armando Lopes, José
Gregório, João Pedro Costa e Paulo Miguel Espínola, atual Presidente do Conselho
Executivo. 

Assim, o Grupo Parlamentar do Partido Socialista, ao abrigo das disposições
regimentais aplicáveis, propõe que seja aprovado o seguinte voto de congratulação: 

“A Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores, reunida em sessão
plenária no dia 7 de julho de 2022, congratula-se pela passagem do
quinquagésimo aniversário da Escola Básica e Secundária da Graciosa,
felicitando, também, os seus alunos, pessoal docente, pessoal não docente e
dirigentes, fazendo votos para que esta instituição prossiga com a prestação do
indispensável serviço educativo para bem das futuras gerações”. 

Que deste voto seja dado conhecimento à Escola Básica e Secundária da Graciosa
e à Câmara e Assembleia Municipal de Santa Cruz da Graciosa. 

Horta, Sala das Sessões, 7 de julho de 2022".