De acordo com Sérgio Gonçalves, representante do Sindicato de Alimentação, Bebidas e Similares, Comércio, Escritórios e Serviços dos Açores, a manifestação decorrerá no dia 19 deste mês, na semana em que a Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores estará reunida na cidade da Horta, na ilha do Faial.
Em janeiro, cerca uma centena de trabalhadoras da conserveira Cofaco apanharam o barco no Pico rumo à cidade da Horta e realizaram um plenário nesta cidade açoriana com a presença do secretário-geral da central sindical CGTP, Arménio Carlos, que acompanhou depois as trabalhadoras num protesto em frente ao parlamento regional.
No mês passado, por seu turno, foi aprovado por unanimidade um projeto de resolução apresentado pelo PSD em que eram apresentadas várias medidas para fazer face ao despedimento coletivo na Cofaco, no Pico, pedindo o texto, por exemplo, a majoração do subsídio de desemprego, por forma a garantir o mesmo nível de rendimento dos trabalhadores e trabalhadoras da empresa.
Fonte do executivo açoriano assinalou à Lusa, todavia, que as questões refentes ao subsídio de desemprego e à Segurança Social são de competência nacional, cabendo à Assembleia da República legislar sobre estas matérias.
Numa reunião do Conselho de Ilha do Pico ocorrida na noite de quarta-feira, o Governo dos Açores adiantou ter recebido indicações da Cofaco de que estaria por dias a entrega do projeto final da futura fábrica da conserveira, dona, por exemplo, da marca Bom Petisco.
Ouvido recentemente na comissão de Economia da assembleia regional, o administrador da Cofaco Telmo Magalhães afirmou que até "janeiro de 2020" há condições para a fábrica estar ativa.
"Estamos no início de um percurso que culminará com uma fábrica nova (…), o que se prevê que ocorra num prazo de sensivelmente 18 meses", sustentou Telmo Magalhães, falando aos jornalistas depois de ouvido na comissão.
O projeto da fábrica está orçamentado em cerca de sete milhões de euros e aguarda agora parecer do Governo Regional dos Açores.
Questionado sobre os planos para os trabalhadores da empresa agora despedidos, o responsável referiu que a empresa não tem "outras soluções para os postos de trabalho" a criar que não passem pelos trabalhadores agora dispensados.
A nova fábrica deverá arrancar com 100 trabalhadores, sendo previsível que passe para os 150 num período breve de tempo e "podendo ir até aos 250" efetivos, apontou Telmo Magalhães.
Foi através do Sindicato de Alimentação, Bebidas e Similares, Comércio, Escritórios e Serviços dos Açores que se soube, em 09 de janeiro, que a administração da conserveira se havia reunido com os trabalhadores da empresa no Pico para os informar de que todos seriam despedidos — com direito a indemnização e fundo de desemprego –, deixando a Cofaco de laborar naquela ilha até à construção de uma nova fábrica.