Saltar para o conteúdo
    • Notícias
    • Desporto
    • Televisão
    • Rádio
    • RTP Play
    • RTP Palco
    • Zigzag Play
    • RTP Ensina
    • RTP Arquivos
RTP Açores
  • Informação
  • Legislativas 2025
  • Antena 1 Açores
  • Desporto
  • Programação
  • + RTP Açores
    Contactos

NO AR
Este conteúdo fez parte do "Blogue Comunidades", que se encontra descontinuado. A publicação é da responsabilidade dos seus autores.
Comunidades 07 abr, 2018, 13:19

João Bettencourt “Para Vitorino Nemésio.

Açorianidade – 362 PorqueHojeEhSabado 2018.04.07 [João Bettencourt, “Para Vitorino Nemésio". Duo Anticiclone, “Manjericão”]. Organizado por Olegário Paz.


Poema em plena faina para Vitorino Nemésio

A meio da obra, digo-te: Olá mestre!
Preso à plaina, aguardo o teu cuidado,
o soar das albarcas no terreiro
ou o roçar do burel na minha lida:
mas nada.
Que vazio é este entre as colunas?
Quem te chamou mais alto?
O silêncio é grande, pedra a pedra
e colhe Portugal exausto, quedo, estreito
em toda a via.
Todavia direi que não sossego
ao saber que o teu compasso
não mede como dantes, passo a passo,
o correr das penas e vislumbres…
A meio da obra, digo-te:
Quem como tu, nada no verbo?
Quem como tu ciente,
dos cardumes do veneno?
Homem da gávea.
Rosa dos ventos, águia na demanda.
Amante quântico de tudo.
Que florentino ser no estar reinol
mesmo!
O poeta é flor viril na tarde do enlevo,
é o cavaleiro sabedor de ajudas,
contendo, abrindo, imperceptível nos ares altos
– a tua escola.
Mestre sagaz, pedreiro do templo,
frecheiro de amores de capa e espádua,
amigo grande,
ali, debruçado nos livros com luz pouca
quase flamenga,
aqui envolto na manta mágica
de levar aos engenhos,
à iemanjá em seus colares e espuma,
porque assim somos continentes, outros.
Amador atento ao ínfimo das mãos do povo:
púcaros, bengalas e cabaças,
palavras e estrelas do emprego sagrado do tempo
Indómito coração brincador,
atleta da arquivolta, sempre
suspenso do dedilhar manso nas vilas de arame
tangendo ilhas, densas amizades, setenta e sete cidades
nos teus olhos
a olhar; mas,
mas o teu rosto velado hoje se anuncia
«ecce homo»,
enquanto na cidade os «vickings» investem agora venerados
e obrigados.
Obrigado digo eu, por existires,
mesmo amortalhado na brandura do dia.
A meio da obra digo: Olá mestre!
… e a plaina corre ligeira.


João Bettencourt, in Jornal Novo, Lisboa, 2 de março de 1987.


Bettencourt, João Goulart de, (1945), advogado, funcionário administrativo do Estado, natural da vila das Velas, ilha de S. Jorge, reside em Coimbra. 
  

RTP Play Promo
PUB
RTP Açores

Siga-nos nas redes sociais

Siga-nos nas redes sociais

  • Aceder ao Facebook da RTP Açores
  • Aceder ao Instagram da RTP Açores

Instale a aplicação RTP Play

  • Descarregar a aplicação RTP Play da Apple Store
  • Descarregar a aplicação RTP Play do Google Play
  • Programação
  • Contactos
Logo RTP RTP
  • Facebook
  • Twitter
  • Instagram
  • Youtube
  • flickr
    • NOTÍCIAS

    • DESPORTO

    • TELEVISÃO

    • RÁDIO

    • RTP ARQUIVOS

    • RTP Ensina

    • RTP PLAY

      • EM DIRETO
      • REVER PROGRAMAS
    • CONCURSOS

      • Perguntas frequentes
      • Contactos
    • CONTACTOS

    • Provedora do Telespectador

    • Provedora do Ouvinte

    • ACESSIBILIDADES

    • Satélites

    • A EMPRESA

    • CONSELHO GERAL INDEPENDENTE

    • CONSELHO DE OPINIÃO

    • CONTRATO DE CONCESSÃO DO SERVIÇO PÚBLICO DE RÁDIO E TELEVISÃO

    • RGPD

      • Gestão das definições de Cookies
Política de Privacidade | Política de Cookies | Termos e Condições | Publicidade
© RTP, Rádio e Televisão de Portugal 2025