Alexandre Gaudêncio, que falava em Vila Franca do Campo, na ilha de São Miguel, no seu primeiro congresso regional na qualidade de líder eleito do partido, em diretas realizadas em 29 de setembro, disse que os açorianos estão a ser confrontados com “enormes dificuldades” no acesso aos cuidados de saúde.
O líder dos sociais-democratas preconiza a proximidade dos serviços de saúde visando rentabilizar as instalações, “não obrigando os açorianos a deslocarem-se para outras áreas fora da sua residência”.
Manifestando-se contra o “desmantelamento de muitos centros de saúde” para concentrar nos hospitais os exames de diagnóstico, Alexandre Gaudêncio pretende dotar aquelas estruturas com equipamentos e meios humanos para “voltar a dar dignidade às pessoas”.
O dirigente defende a formação de unidades de saúde familiares, que serão equipas constituídas por médicos, enfermeiros e pessoal administrativo com as quais o SRS deve celebrar contratos com objetivos, a par do cheque consulta e o cheque cirurgia para todos os doentes que ultrapassem o tempo máximo de resposta garantido e que está legislado.
Alexandre Gaudêncio propôs também a colocação de assistentes sociais nos quadros das escolas públicas para colmatar problemas sociais “muito graves”, a par da transição da burocracia dos professores para os serviços administrativos.
“A propósito do trabalho dos docentes da escola pública, permitam-me lamentar a forma como o Governo Regional e o PS desprezaram as justas revindicações dos professores açorianos”, declarou o líder do PSD/(Açores.
O dirigente acusou o executivo de “recambiar para Lisboa” a contagem do tempo de serviço, ficando a autonomia “refém de Lisboa”, e deixou a promessa de proceder à contagem integral do tempo de serviço dos professores dos Açores.
Outra das metas do novo presidente social-democrata é o aumento da remuneração complementar, que não é atualizada desde 2012, e fazer regressar aos Açores os cerca de cinco mil jovens que emigraram na última década.
Para Alexandre Gaudêncio, as empresas são o “motor da criação” de riqueza e emprego nos Açores, daí uma aposta no empreendedorismo através da revisão dos programas de estágio e integração dos jovens.
O dirigente declarou ainda no capítulo económico que a administração pública regional “não pode concorrer com as empresas privadas, atuando em mercados que estas tenham possibilidades de sucesso”.
Defendendo a criação de uma entidade independente e imparcial que proceda ao recrutamento e seleção dos dirigentes superiores da administração pública regional, o dirigente anunciou ainda uma iniciativa legislativa que posso corrigir o facto dos açorianos estarem a “pagar demasiado pelos combustíveis”, no âmbito de uma “austeridade encapotada”.
No capítulo dos transportes, Alexandre Gaudêncio quer que o Governo dos Açores pague o que deve ao grupo SATA, tendo ainda manifestado abertura para procurar consensos sobre a reforma da autonomia, que deve promover “resultados práticos na vida das pessoas”.
“A prioridade dos partidos deve ser resolver os problemas concretos dos açorianos, fazendo uso os poderes que o regime autonómico confere aos órgãos de governo próprio da região. Só depois é que se pensa nos pormenores constitucionais ou legais da autonomia”, concluiu.