Em conferência de imprensa no final de uma reunião de mais de quatro horas, o presidente do PSD/Açores, Alexandre Gaudêncio, definiu como "inaceitável a recusa" de incluir Mota Amaral "em lugar de destaque na lista ao Parlamento Europeu".
"Relembro o que disse ao doutor Rui Rio a 28 de outubro do ano passado, no nosso Congresso Regional: primeiro estão os Açores, e só depois o PSD", prosseguiu o líder dos sociais-democratas açorianos.
Os Açores, lembrou Gaudêncio, são a única região do país, a par da Madeira, com "características específicas" reconhecidas em tratados europeus, e o nome de Mota Amaral é, nesse sentido, reflexo do "momento atual" no espaço comunitário, num momento em que "estão em curso importantes negociações" para o futuro dos Açores.
Na quarta-feira, o presidente do PSD/Açores irá ao Conselho Nacional do partido "dizer que os Açores não abdicam de um lugar elegível" na lista a Bruxelas, "tal como acontece há mais de 30 anos".
Só num momento posterior a esse, e se Mota Amaral não ficar num lugar considerado elegível, "serão tomadas outras ilações".
"Está na hora de o PSD/Açores se afirmar de uma vez por todas como partido que faz parte de uma estrutura nacional mas que é autónomo nos seus estatutos", vincou ainda Alexandre Gaudêncio.
A confirmar-se a decisão de "relegar os Açores para um lugar não elegível" na lista ao hemiciclo europeu, o PSD/Açores não indicará qualquer outro nome para a lista às europeias, reiterou ainda o social-democrata.
E concretizou: "Precisamos de um partido e de um líder nacional que valorize todo o território, não crie divisionismos e seja um verdadeiro amigo das autonomias".
O antigo presidente da Assembleia da República e líder do Governo dos Açores Mota Amaral não aceita integrar o oitavo lugar na lista do PSD sugerido pela direção nacional do partido.
Tradicionalmente, as estruturas regionais do PS e PSD/Açores indicam em lugar elegível candidatos nas listas nacionais nas eleições para o Parlamento Europeu.
Nas europeias de 2014, a candidata do PSD pelos Açores, Sofia Ribeiro, ficou em terceiro lugar na lista nacional dos sociais-democratas, encabeçada por Paulo Rangel, como neste ano.
As eleições europeias decorrem em Portugal a 26 de maio.