O Governo dos Açores resolveu não atender aos pedidos dos representantes eleitos pelos graciosenses, quanto à possibilidade da Graciosa ser incluída no serviço de transporte marítimo de passageiros que for assegurado pela Atlânticoline no verão de 2020.
Segundo a informação obtida pela estação de rádio local, a Secretária Regional dos Transportes e Obras Públicas já terá informado o Presidente da Câmara Municipal de Santa Cruz da Graciosa que o cancelamento da operação marítima sazonal é uma decisão de saúde pública.
A Rádio Graciosa apurou ainda junto de Ana Cunha que a ilha será “compensada” através da Sata, por ficar de fora do transporte marítimo de passageiros no ano de 2020.
Esta posição do executivo regional contraria o desejo dos vários representantes locais, nomeadamente a Assembleia, Câmara Municipal, Núcleo Empresarial da Graciosa e o deputado regional do PSD.
João Costa entregou um requerimento na Assembleia Regional sobre este assunto, no dia 23 de abril, que ainda não obteve resposta. O deputado eleito pela Graciosa afirmou, na ocasião, que "isso vai novamente excluir a Graciosa da operação, já que a ilha não integra a Linha Lilás, que percorre o Grupo Central", podendo a ilha "ficar totalmente isolada no transporte marítimo de passageiros e viaturas".
Na sessão da Assembleia Municipal de 27 de abril, também o Grupo Socialista apresentou uma recomendação, aprovada por unanimidade, no sentido do Presidente da Câmara solicitar ao Presidente do Governo dos Açores que a Graciosa seja integrada nas ligações da empresa pública de transportes marítimos.
Os deputados municipais do PS consideraram, na referida proposta, a situação “inaceitável, sobretudo pelo facto de ter sido cancelada a Linha Amarela”.
Mais tarde, o Presidente da Câmara Municipal, Manuel Avelar, confirmou à RTP Açores que já tinha escrito sobre o assunto à tutela e ao Presidente da Atlânticoline, afirmando que a ilha precisava destes navios, não só para os passageiros mas também para o escoamento mais rápido dos produtos agrícolas.
Outra voz a colocar a questão foi a do Presidente do Núcleo Empresarial da Graciosa que considera a "medida discriminatória". Carlos Brum teme que as ilhas sejam tratadas de forma diferente, conforme já tem alertado em anos anteriores, sobretudo nas reuniões do Conselho de Ilha.