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Este conteúdo fez parte do "Blogue Graciosa Online", que se encontra descontinuado. A publicação é da responsabilidade dos seus autores.
Imagem de Estamos a ficar mais estúpidos
Graciosa Online 24 jun, 2023, 13:04

Estamos a ficar mais estúpidos

Crónica de Victor Rui Dores

Do neurocientista francês Michel Desmurget, acabo de ler o livro Fábrica de cretinos
digitais – os perigos dos ecrãs para os nossos filhos
(Contraponto Editores, 2021) e retenho, para
já, esta afirmação: “Os nativos digitais são os primeiros filhos a terem um Quociente de
Inteligência inferior ao dos pais”. Após milhares de anos de evolução, o ser humano está agora a
regredir em termos cognitivos e de capacidades intelectuais – por culpa da exposição excessiva a
ecrãs.

O referido autor sabe do que fala, pois que a sua atividade científica incide sobretudo nos
efeitos que a televisão e a exposição aos ecrãs de todo o tipo produzem na nossa saúde e no
nosso desenvolvimento cognitivo, em especial na infância e adolescência. Todos sabemos que o
tempo que as novas gerações passam a interagir com smartphones, tablets, computadores e
televisão é elevadíssimo. Mas os números que nos são apresentados no mencionado livro são
inquietantes: uma criança de 3 anos está cerca de três horas diárias em frente a um ecrã; aos 8
anos, está cinco horas; na adolescência, sete. Entre a infância e os 18 anos, os miúdos de hoje
passam o equivalente a 32 anos letivos em frente do ecrã.
Ao contrário do que se pensava, a profusão de ecrãs a que os mais jovens estão expostos
está longe de lhes melhorar as aptidões. Na verdade, verifica-se precisamente o oposto: acarreta
consequências pesadas ao nível da saúde (obesidade, desenvolvimento de doenças
cardiovasculares e diminuição da esperança de vida), em termos de comportamento
(agressividade, depressão, ansiedade) e no campo das capacidades intelectuais (linguagem,
concentração e memorização). Tudo isto afeta gravemente o rendimento escolar dos jovens e o
seu desenvolvimento. 
Numa altura em que o governo português, dando seguimento a um processo que se
acelerou por força das circunstâncias da pandemia, aposta agora numa rápida (apressada)
digitalização da educação, tenho cá as minhas desconfianças… Com 43 anos de ensino em cima de
mim e a meses da reforma, temo bem que tal possa vir a ter os resultados inversos ao que se
propõe – que é melhorar o ensino.
Estamos a ficar mais estúpidos
Entendamo-nos: o problema não está no reforço que as escolas recebem em materiais
informáticos e que são absolutamente indispensáveis no século XXI; o problema está em fazer do
digital o principal recurso de ensino, com a digitalização dos manuais escolares e dos testes de
avaliação (o governo quer que, em 2025, todas as provas e exames nacionais sejam feitos em
suporte digital), o que inevitavelmente leva que as crianças passem a estar ainda mais horas em
frente dos ecrãs do que aquelas que já passam fora da escola.
Segundo Michel Desmurget, está longe de estar provado que uma desmaterialização
integral dos recursos educativos traga vantagens inequívocas para as crianças ao longo prazo,
sendo que muitos estudos (por ele abundantemente citados) dizem precisamente o contrário:
“Um cérebro digital tende a ser mais disperso e impaciente e, por isso, tem mais dificuldade em
acionar os circuitos de leitura profunda, que são fundamentais para a inferência, análise crítica e
reflexão. As competências linguísticas e a capacidade de concentração estão a diminuir. Sim
estamos, como espécie, a ficar mais estúpidos”. E tudo isto numa altura em que se discute os
perigos da Inteligência Artificial que vem substituir funções até agora exclusivas dos humanos. O
“chat CPT” está aí a dar brado…
Neste mundo digital, as escolas têm de apostar naquilo que nos distingue verdadeiramente
das máquinas. O ensino escolástico já deu o que tinha a dar. Importante agora é estimular a
interação humana, a afetividade, a experiência. A tarefa principal não pode ser debitar informação
– essa está nos motores de busca e à mão de semear. O que é fundamental é que as escolas
ajudem na formação de cidadãos e estimulem o pensamento crítico. Tudo coisas que o ensino
feito através do ecrã não oferece.
É que, bem vistas as coisas, há mais vida para além dos algoritmos. 
P. S. Professores precisam-se. Temos, em Portugal, a classe docente mais envelhecida da União
Europeia.




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