Aproveitando a comemoração dos 150 anos de lançamento do primeiro livro de poemas de Machado de Assis – Crisálidas, de 1864 -, pretendemos realizar eventos em quatro países para refletir sobre as relações entre o escritor brasileiro e Camilo Castelo Branco, já então um autor consagrado em nosso país e com um livro publicado em primeira edição no Brasil no ano anterior – Agulha em Palheiro. Além disso, durante os dois anos anteriores, Camilo, que muitas vezes escrevia tendo em vista o público de além-mar, e Machado publicaram em O Futuro – periódico de Faustino Xavier de Novais, editado em terras brasileiras.´
Mesmo se os homens não têm relação pessoal alguma, os livros e as ideias circulam de um lado para o outro do Atlântico no tempo de Camilo Castelo Branco e de Machado de Assis. Assim se exportam para lá das fronteiras os questionamentos, relativos por exemplo à representação do real e à noção de verosimilhança em literatura, os modelos e os modos de difusão tais como o folhetim nos jornais, tornando-se a literatura accessível a todos graças a esta inovação francesa. Assiste-se nomeadamente à transferência rápida do modelo positivista para o Brasil ; neste país, tal como em Portugal ou em França, alguns, no final do século XIX, põem em causa o romance positivista, à semelhança de Camilo Castelo Branco e de Machado de Assis.
Universidade do Minho : 8 de abril de 2014
Universidade de São Paulo em agosto de 2014
Universidade de Lyon II : 18 de novembro de 2014