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Este conteúdo fez parte do "Blogue Comunidades", que se encontra descontinuado. A publicação é da responsabilidade dos seus autores.
Imagem de CANTEIROS DA ESPERANÇA* Diniz Borges
Comunidades 17 nov, 2008, 16:10

CANTEIROS DA ESPERANÇA* Diniz Borges

 

   

Se a jóia da literatura é a poesia, como escreveu algures Somerset Maugham, então temos nesta colecção de poemas de José Luís da Silva, um punhado de jóias.  É que este Cântico do Silêncio (Portuguese Heritage Publications), está repleto de versos que retratam as experiências de um cultivador da palavra, o qual é, simultaneamente, um grande humanista.  Aliás, esta colectânea é indicativa do percurso do emigrante, do professor, do activista comunitário e acima de tudo do poeta, sensível ao seu mundo, que é, ao fim e ao cabo, um mundo composto por todos os mundos, aberto a todos os universos. Este livro está recheado do que Samuel Johnson disse ser o verdadeiro poema: "a arte de agregar o prazer à verdade".

Ao longo deste livro de poesia, o leitor irá descobrir a profundidade dos poemas de José Luís da Silva.  Começando com uma trilogia do emigrante, em que o poeta relembra-nos os sonhos que todo o ser humano, ao sair da sua terra, transporta consigo.  É que, independentemente da região, ou do país de origem, e até das razões que o levaram a sair, a história é comum e há sempre "um cálice cheio de esp’rança/que a terra-mel vai tragar".  Estamos perante a metáfora exemplar das vivências e dos dilemas que quem deixa a sua terra forçosamente terá que enfrentar.  Daí que a poesia do José Luís, preenche o que Edmund Burke disse ser a essência do poema, ou seja: "substanciar as sombras."

Ler e reflectir esta colectânea é viver uma mescla de emoções.  É que cada poema contém uma história, a qual se intercala com o poema que se segue e com o que se leu.  Há um conjugação cuidada entre a saudade dum tempo passado e das vivências contemporâneas.  Há uma simbiose entre o passado e o presente.  Em cada verso há um encanto, uma descoberta, uma história, uma genuína ponderação interna, porque a poesia de José Luís da Silva é paradigmática do que escreveu W. B. Yeats: "das quezilas com os outros fazemos retórica; das quezilas com nós próprios fazemos poesia."

José Luís da Silva dá-nos ainda uma visão diferente da emigração.  Como professor de português numa escola secundária americana vive, quotidianamente, a sua própria Peregrinação.  Quer no poema "Peregrinações", que nos subsequentes "Pátria" e "Pátria L’USA", estão fragmentos de quem dedicou a sua vida a ensinar a língua e a cultura portuguesas, não só a filhos e netos de emigrantes, mas também a todos quantos no "melting pot" americano queriam aprender a língua portuguesa.  Daí que o poeta, quer pelo seu contacto com as novas gerações de luso-descendentes, quer pela sua convicção de viver uma emigração diferente, compreende, e diz-nos, abertamente, que a: "minha terra é onde estou, mesmo estando em terra nova".  E é nessa terra nova que o poeta constrói o sue universo, o qual inclui a língua inglesa, na qual temos um dos mais sublimes poemas desta colectânea "A Window to the Sea".

Uma breve palavra sobre a escolha da ordem destes poemas.  Sem dúvida que estamos perante um ciclo marcante na vida do poeta, que é o mesmo que dizer, na vida da poesia.  É que, começando com o Silêncio e o Fado, passando por uma rica selecção de temas, incluindo o interessantíssimo conto, o Chicharro Americano, este livro que atravessa ilhas e continentes, alberga diversos temas pertinentes, e acaba com um poema marcante: O Quintal.  Aqui, o poeta ilustra-nos, clara e inequivocamente, que a nossa universalidade só existe quando estamos à vontade em todos os espaços, particularmente no nosso próprio quintal.  É um poema riquíssimo em imagens sobre a condição humana.  É um grito poético à justiça e à solidariedade, as quais devem começar no nosso próprio cosmos, porque como nos diz: "no meu quintal/existe a liberdade dos pássaros/que cantam, impávidos/o momento exacto e eterno/dos deuses".   

Construindo metáforas perfeitas, interligando mundos e culturas, este é um Cântico que de ser lido em Silêncio.  Tal como Somerset Maugham, também acredito que a poesia é "a actividade mais sublime do pensamento humano. É a realização do mais belo, do mais distinto.  E que o escritor de prosa deve apenas fugir para o lado sempre que o poeta passa".  Daí que, coloco ponto final nesta prosa, e apresento-vos o poeta José Luís da Silva.

 

Diniz Borges
Tulare, Califórnia             

*do poema "Nocturnos"

     

 

 

 

 

  

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