Giovanni Ricciardi, sociólogo, professor na Universidade de Nápoles, Itália,com freqüência vem ao Brasil a convite de universidades brasileiras. Esta é uma apresentação muito simples e sem sabor para falar deste amicci innamorato pela literatura brasileira.
O italiano Giovanni Ricciardi, professor, tradutor, ensaísta,crítico, há mais de vinte anos se dedica ao estudo, a investigação e a divulgação da literatura brasileira no exterior. Seu interesse pela nossa literatura começou na década de sessenta quando foi aluno do poeta brasileiro Murilo Mendes, no curso de Letras Clássicas na Universidade de Roma, onde defendeu tese sobre o livro “Vidas Secas”, de Graciliano Ramos. Mais tarde, na Universidade de Nápoles, foi professor de literatura portuguesa e brasileira, e organizou uma antologia de textos de escritores brasileiros modernos
A sua paixão pelo Brasil e por nossa literatura faz lembrar o escritor açoriano Victorino Nemésio (1901-1978) haja vista o relevante lugar que o Brasil ocupa em toda sua obra, visível em referências na poesia,na crônica, na ficção, no ensaio, na conferência, na crítica literária. O catedrático Nemésio que assegurou e lecionou a cadeira de Literatura Brasileira na Faculdade de Letras de Lisboa, que foi professor visitante de universidades do Brasil (Bahia, Rio de Janeiro, São Paulo, Ceará, Pernambuco e Pará), destacando o lugar muito especial que a cultura brasileira ocupa na sua obra era um entusiasta,um fascinado pelo Brasil,por seu povo e cultura.Pulsa forte, em seus escritos, um sentimento de verdadeira afinidade com o universo brasileiro, personificado no conhecimento pleno da história, da geografia, do sincretismo religioso, da cultura popular,da literatura e escritores brasileiros e nas muitas experiências vivenciadas no Brasil como professor e como viajante-cronista.
Giovanni Ricciardi pesquisa,explora as relações entre a biografia (“é lançando um S.O.S. à biografia que parece que se possa entender a singularidade de “Vidas Secas”,de Graciliano Ramos”)e a criação literária. É investigando as peculiariedades do homem-escritor que procura conhecer a obra do escritor. São entrevistas de primeira mão à luz da Sociologia. Ou seja, uma interação social do autor, desenvolvendo uma Sociologia do Autor dentro da Sociologia não de Literatura,mas para Literatura. Escolheu para o seu estudo um caminho literário,crítico. Entre a obra,o autor e o público,elegeu o “Autor”e se debruçou a desvendar sentimentos, a descobrir a cortina da memória e deixá-lo na “berlinda,” para conhecê-lo por inteiro,profundamente. Enfim, investigando como o escritor se olha neste percurso de criação, procurando conexões entre a vida, o tempo, o lugar em que viveu e os cenários e enredos de um livro.
Já publicou inúmeros artigos,ensaios, livros como Auto-retratos (1991) e Sociologia da Literatura (1971) No desenvolvimento do projeto: Biografia e Criação Literária,entre 1986 a 1993 entrevistou mais de 100 escritores brasileiros, de diferentes regiões do país, publicando seis volumes com essas conversas: Entrevistas com acadêmicos, escritores de São Paulo,de Minas Gerais, de Goiás, do Rio de janeiro, do Norte e Nordeste e finalmente marca saída do sétimo: “Entrevistas com escritores do Sul” fruto de intensas conversas com dezenove poetas e romancistas do Sul do Brasil.
Nas noites de 24 e 25 de junho, na Unisul – Universidade do Sul de Santa Catarina e na manhã do dia 26 de junho na UFSC- Universidade Federal de Santa Catarina teve lugar o lançamento do sétimo volume dedicado aos escritores sul brasileiros.
Participam do livro: “Biografia e Criação Literária,Entrevistas com Escritores do Sul :
Mário Quintana, Guido Wilmar Sassi, Harry Laus, Salim Miguel, Armindo Trevisan, Lindolf Bell, Domingos Pellegrini, Deonísio da Silva, Edla Van Steen, Sinval Medina, Tânia Faillace, Adolfo Boos Jr, Hugo Mund Júnior, Enéas Athanázio, Lya Luft e Luiz Antônio de Assis Brasil, Caio Fernando Abreu, Charles Kiefer,Patrícia Bins.
Apresenta-se,a seguir, o Prefácio deste memorável livro que chega as nossas livrarias reais e virtuais, de autoria do escritor catarinense Deonísio da Silva,um dos antologiados e autor de Avante Soldado para Trás,traduzida pelo simpático Giovanni Ricciardi troppo bene.
Florianópolis,1 de Julho de 2009
Fonte e imagem: www.periodicos.ufsc.br/index.php/fragmentos/article/viewFile/8704/8025