De nascer se faz natal. De natal se molda a esperança. De esperança se constroem os dias. Todos os dias, mesmo este 24 de Dezembro, que acordou límpido e alvo de neve, aqui na outra margem da ilha. Nesta enseada de açorianidade, comovida a oeste, orla viva da amérca de todos os sonhos.
E daqui vos dedilho este marulhar de onda, no contratempo entre o ir e vir de maré, nota deste intermezzo a que chamamos presente.
Na lonjura, vejo a Bay Bridge e sinto no virar do horizonte os Açores mesmo aqui em frente. É assim também o Comunidades, este portulano das emoções que faz do longe tão perto e nos irmana rio acima. Culpa, toda, destas feiticeiras da ilha, Lélia e Irene, que tecendo teia de tão perfeita ilusão, nos fazem sentir que é viagem a emoção que deveras somos.
Fiz-me ao mar de manhã
Na maré de ti, ao amanhecer
Pedro Garoupa Albergaria Bicudo
Director, RTP Açores
FOTO: Do arquivo de ‘Comunidades’ ©