“Como os Reis Magos que depositaram as suas oferendas ao pé do Deus-Menino depois de uma longa jornada, os açorianos entregaram à terra que os acolhia a sua esperança e a sua fé no Novo Mundo. Era o início da grande saga de um bravo povo, que deixou para trás o mundo pequeno de suas ilhas de origem para desbravarem os amplos espaços do sul do Brasil. Agora, não era mais o nome de suas ilhas que os identificava. Sua identidade passou a ser uma só: ‘ilhéus açorianos’ e com este estatuto escreveram a nossa história” (Lélia Nunes, in Los Isleños).
Hoje, passados duzentos e sessenta e dois anos da grande travessia, O Comunidades saúda os catarinenses que com imenso orgulho celebram a grande epopéia do século XVIII. Nesta noite, quando por todo litoral catarinense e em Florianópolis, ouve-se o cantar dos Ternos em homenagem aos Reis Magos e à saga dos pioneiros açorianos fica a certeza absoluta e irrefutável que o seu grande legado cultural continua vivo e clama orgulhoso do sangue a correr pelas suas artérias. Uma andança que deixou marcas indeléveis no patrimônio cultural de Santa Catarina, um dos mais ricos e prósperos Estados da Federação brasileira, referência de qualidade de vida para todo o País.
Desterro, 6 de janeiro de 1748.
Florianópolis (Brasil) e NOTL(Canadá), 6 de janeiro de 2010
Lélia Pereira da Silva Nunes,
Quintos-avós, ascendência paterna: Maria Machado, nat. da Freguesia do Norte Pequeno (São Lázaro)Calheta, Ilha de São Jorge e Pedro Machado de Ávila,nat. Freguesia da Agualva (NS da Guadalupe),I.Terceira;João Machado Lopes e Felícia Rosa de Jesus(I.Terceira);Tomaz Francisco de Farias(I.Faial)e Bárbara Francisca da Conceição(I.São Miguel).
IMAGEM: Terno de Reis, óleo sobre tela, 100×80 cm, W. Zumblick, 1980.