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Imagem de `Facetas da vida e da cultura popular picoense na obra de Dias de Melo`  Por Olegário Paz (1/2)
Comunidades 23 fev, 2010, 01:48

`Facetas da vida e da cultura popular picoense na obra de Dias de Melo` Por Olegário Paz (1/2)

          É sobejamente conhecido o «compromisso» de Dias de Melo «com os homens que trabalham no que os bem instalados nem à mão de Deus Padre querem para si, e sofrem, humilhados, ofendidos, na terra e no mar, na cidade e no campo, aqui e além»[1]. Confirme-se lendo os muitos livros que publicou em mais de meio século – de 1954 (Toadas do Mar e da Terra) a 2008 (A Montanha Cobria-se de Negro). Mesmo em Cidade Cinzenta (1972) o que mais avulta nas crónicas e contos predominantemente urbanos são os problemas dos operários, dos rurais, dos desprotegidos da sorte. Abandonando de momento o tema da baleia, tema principal mas não exclusivo da sua obra, nisto concordando com Victor Rui Dores[2], resume-se com este trabalho o registo que nos deixou de alguns traços culturais do povo trabalhador da ponta sueste do Pico, comuns aliás a muitas outras zonas da ilha e não só – o que come e o que veste, como trabalha e se diverte, em que acredita.

        `Facetas da vida e da cultura popular picoense na obra de Dias de Melo`  Por Olegário Paz (1/2)

          Comidas. É significativo o rol que Dias de Melo nos deixou daquilo que no século passado se comia no mar ou no campo, em casa ou na adega.
         Em Mar Rubro, diz-nos da ceia que a mãe preparava de peixe assado e batatas cozidas acompanhadas de café de favas torradas. Isto em casa, porque na adega do Ti Jorge, em dias de vindima, a ementa era mais completa: batatas cozidas, à mesma, mas desta vez a acompanhar peixe frito com molho cru bem carregado de malagueta, pão de milho e, claro, bom vinho servido em teladeira («pequena tigelinha de barro») de Santa Maria[3]. Quarenta anos mais tarde, há-de recordar estas comezainas na adega – a ementa é a mesma, mas acrescenta que o peixe estivera de vinha-d’alhos antes de ser frito e regista, como ingredientes do molho, salsa, alho, açaflor, vinagre, «tudo bem esmagado no gral»[4].
          A fonte de informação mais completa sobre o assunto é, naturalmente, Na Memória das Gentes. Ficamos a saber que maçarocas de milho tenro e batatas-doces assadas nas caldeiras de derreter baleia eram comida muito apreciada[5]; que a ementa de certo jantar em casa de José Chelica (mestre baleeiro que há-de ver-se recriado em várias narrativas) era constituída por batatas, couves e peixe[6]; que, na Graciosa, os marinheiros da lancha picoense ‘Andorinha’ comiam pão com sardinha do Continente[7]; que os pescadores levavam para o mar bolos de farinha de milho, cozidos no forno para ficarem bem secos e durarem mais tempo; que aqueles que se aventuravam a ir pescar para a Fajã de João Dias, em São Jorge, comiam bolo seco, faziam caldo de peixe[8] e bebiam café de cevada sem açúcar[9]; que o jantar levado pelas mulheres aos homens que andavam a trabalhar no campo costumava ser de chicharros assados, pão de milho, café[10]. Um testemunho significativo, entre muitos outros, foi o que registou de Claudiana Pimentel (n. 1916): «Minha mãe dizia-me que nos criava, que me criou a mim com bolo de tijolo […]. – E além disso o que é que se comia mais por aí? – Era peixe seco, cachorras [albacora], peixe de cachorras, cozia-se peixe de cachorras e comia-se com pão». O pão era de milho: quando não havia ‘mistura’, fazia-se bolo do tijolo; ‘mistura’ era uma pequena quantidade de farinha ou rolão de trigo, e também raspa de batata doce ou de inhame, que se juntava à do milho para fazer com que a massa levedasse sem se esfarelar; os inhames, no Pico mais conhecidos por cocos, produzidos em abundância, para além de pitéu típico das matanças do porco, tanto podiam ser cozidos para alimento da família como utilizados em troca directa por azeite de baleia. Quanto a queijo, não entrava nas casas dos pobres[11]
          A ementa especial das festas do Espírito Santo repetia-se com algumas variantes em outras ocasiões, como é o caso de casamentos: sopas do Espírito Santo, carne cozida ou guisada, massa sovada, arroz doce, bolos, vinho, licores, anis[12].
          Vestimenta. Dias de Melo refere-se várias vezes ao que vestiam os picoenses seus contemporâneos e regista um pouco do que ouvira sobre vestimentas aos mais velhos com quem conversava.
          «Era uma velhinha morena, alta, delgada, vestida à moda de outros tempos: uma saia de lã caída até aos tornozelos, uma blusa de chita ajustada ao peito, um lenço escuro que, amarrotado por baixo do queixo, lhe emoldurava o rosto simpático» – retrato de Mariquinhas, mulher de António Pequeno, recriados em Mar Rubro[13]. Em Pedras Negras regista-se que as mulheres, ao serão, trabalhavam a lã cardando, fiando e fazendo meias[14]. Ficamos também a saber que a mãe de Francisco Marroco usa xaile[15], que é ela quem fia e tece a lã das roupas que vestem[16] e que a viúva de João Peixe-Rei, malogrado companheiro do herói, veste «roupa miserável», ela e o filho «[n]ão têm roupa que vistam p’ra virem à festa» do Espírito Santo. E somos devidamente avisados sobre a influência da emigração neste domínio da vida do povo picoense, e não só: «Todas aquelas roupas, e todos aqueles enfeites, todos aqueles luxos dos velhos e de Maria -[que usam na festa, tinham sido] trazidos da América»[17].
          Não raras vezes Dias de Melo escreve sobre roupa da Améri
ca e o jeito que dava, uma vez arranjada, a quem não tinha posses para a comprar nova. «Eu vestia – revela – um fato vindo da América, de fazenda de lã muito espessa, nunca menos de dois milímetros de espessura, uma suera [camisola ou casaco], também de lã e também espessíssima, fizera-ma minha Mãe, por cima de todas estas vestimentas enrodilhava-me um sobretudo, igualmente de fazenda de lã e igualmente vindo da América»[18]. Curioso o conjunto de peças de roupa que um amigo do autor distribuiu pela família quando chegou da América com um baú recheado de prendas: «[A]qui tá, oh yá, esta vestimenta inteira para vós, minha mãe, estes alvarozes [espécie de fato-macaco sem mangas] e este sute [fato completo] para vós, mê pai, e este pra ti, mê irmão, e mais este naitigão [roupão] pra ti, irmã, pra vós, minha avó, esta mantilha e este xaile de seda, pra vós, mê avô, este alvacoto [sobretudo] para vos aquecerdes no Inverno, pra ti, mê primo, esta froca [samarra] de angrim [ganga] do bom»[19]. Mas também havia os que vestiam pela Festa fatiotas novas «feitas, os fatos de casimira, preta ou azul, dos homens do alfaiate, os vestidos das mulheres nas costureiras do lugar, naquela quadra não tinham mãos a medir»[20].
          O calçado do dia-a-dia resume-se, com muitas ocorrências, às albarcas [alpercatas] que tanto podem ser feita de coiro de boi ou de porco como de enjarroba [borracha de pneu].[21] Em Uma Estrela nas Mãos do Homem, referem-se também, os tamancos de cepos de cedro e os coturnos de coiro atanado[22]. Quanto a chapéus, encontra-se uma referência em Aquém e Além Canal ao «abeiro de palha» de Alfredo Saca, mestre duma lancha que fazia a ligação entre a vila da Madalena e a cidade da Horta[23].
          O vinho. A Dias de Melo uma das actividades que mais lhe interessou registar e recriar literariamente foi a azáfama das vindimas com o ambiente de alegria e festa em que decorriam, como evidencia nas suas Toadas: «Ó Setembro das vindimas, / vindimas da uva escura! / Não há, não, em todo Pico / um mês de maior ventura! // Bom Povo da minha aldeia, / Povo da Terra e do Mar, / deixa os botes, deixa o gado, / neste mês é só gozar!»[24]. Há-de recriá-las em Crónicas do Alto da Rocha do Canto da Baía e em Milhas Contadas. Mas a festa das vindimas é o culminar do muito trabalho e sacrifício que dá tratar das videiras: «vinha para dar boa uva que faça bom vinho[25] tem de ser plantada no meio de pedra, e na pedra da vinha se deixava muita pele dos dedos»[26] e arranhões das silvas nos braços ao mondá-las e ao arrancar varas que tinha enraizado aqui e além.
          A festa começa com a mudança para a beira-mar, onde normalmente se situam as vinhas e as adegas, local de veraneio dos que vivem mais para o interior da ilha. Uma vez instalados teres e haveres e combinados os dias, mulheres e homens, raparigas e rapazes vão-se pelos ‘currais’ a colher as uvas para cestos de asa pequenos enfiados no braço e quando cheios a despejarem-nos nos maiores que depois hão-de acarretar até à adega, eles às costas e elas à cabeça, por canadas de trilho tão mau que aos próprios burros daqueles que os têm custa a passar. É por entre risotas e cantigas que novos e velhos se entregam felizes a este cansativo trabalho, não sem que, interrompendo-o ao meio dia, conforme nos conta o autor em Pena Dela Saudade de Mim[27], muitos fossem de arruada banhar-se ao mar, os de baixo, no cais, já com fatos de banho, e os de cima ainda vestidos à antiga, nos poceirões. Pela tarde, depois de escolhidas as uvas, tarefa em que a miudagem também colaborava, chega o momento de as pisar. Fazem-no os adultos à mão em selhas apropriadas enquanto no lagar os mais novos se deliciam a moê-las de pés descalços e calças arregaçadas em grande folia. A ceia era normalmente comida na rua à luz duma petromax após o que velhos e novos, mais os novos que os velhos, se juntavam num largo central «a prolongar o serão nas voltas das chamarritas bailhadas ao com­passo e ao ritmo da viola, da melodia da rabeca nas mãos dos tocadores, e das cantigas que, em despique, os cantadores cantavam»[28]. A festa haveria de prolongar-se até que, cansados, os bailadores resolvessem recolher-se para dormir num canto qualquer da adega, ao som da linda música que o pingar do mosto fazia ao cair na selha.
          O milho. Base da alimentação, a farinha de milho sob a forma de bolo ou de pão tanto era cozinhada no tijolo como no forno. Cultivado em terrenos contíguos à casa ou mais longínquos, a apanha constituía, depois das vindimas, novo momento importante de partilha, um dia nos cerrados deste outro nos daquele. A faina começava de manhã cedo, já com os frios do Outono adiantado. Por volta do meio-dia, muitos de cesto às costas ou à cabeça, acarretavam-no para a atafona ou para a loja ou iam-se enchendo os carros de bois que, pela tarde, a chiar, o haveriam de trazer para casa. Seguiam-se os serões da descasca. Juntavam-se os vizinhos e dividiam-se tarefas, uns a abrir e a esgaçar a casca «com a ponta da navalha, [ou] com um fincão de faia bem aguçado»[29], outros a quebrarem-na atirando as maçarocas e as folhas para os respectivos montes. Quando aparecia uma maçaroca de milho vermelho ou apenas rajada, havia festa de beijos e abraços numa risada que os mais novos prolongavam indefinidamente. Às vezes, brindavam com figos passados do Algarve a acompanhar uns copinhos de aguardente e ouviam-se histórias contadas ou lidas por um dos mais velhos. A testemunhar uma cultura de letras fora do comum, Dias de Melo regista a leitura, nestes serões de desfolhada, de obras de Camilo e Júlio Dinis, de Alexandre Dumas e Victor Hugo, além de «do Recambol [por Rocambole] mirabolante e romances incríveis de Cavalaria do Ciclo Carolíngio» (Carlos Magno e os Sete Pares de França) e outros da literatura oral e tradicional como A Princesa Magalona e João de Calais. Acabada a descasca, o milho em maçaroca ia a secar no forno. Aquecia-se (também se aproveitava o calor que ainda tinha após a cozedura do pão) e lá ficava de um dia para o outro. O número de v
ezes que era preciso aquecer o forno dependia da abastança da colheita. Uma vez seco, retirava-se do forno e despejava-se numa esteira para ser debulhado à mão por homens e mulheres. Sentados à roda, «iam arrancando dos sabugos, com sabu­gos debulhados, melhor com debulhadeiras de bucho ou osso de baleia com dentes de ferro, a maçaroca na mão esquerda, a debulhadeira na direita, assim iam arrancando dos sabugos os grãos, e os grãos caíam, ao lado de cada homem, no regaço da saia de cada mulher, crescia o caculo de milho debulhado»[30]. Era depois arrecadado em latões, arcas, arquibancos. A escassez de milho em ano de seca levou a que se importasse dos Estados Unidos. Dias de Melo regista o facto várias vezes[31].



[1] Vinde e Vede, 1979, p. 12.
[2] «Já muitos têm catalogado Dias de Melo como um autor de temáticas baleeiras. Nada mais injusto e redutor. É que também ele escreveu, com igual mestria, sobre camponeses, pescadores, operários, vaqueiros e muitas outras classes sociais.» In “Da condição humana em Pedras Negras de Dias de Melo”, Horta, 2003.
[3] Mar Rubro, 1956, p. 114 e 218.
[4] Crónicas do Alto da Rocha, 1995, p. 42 e 147. Em Inverno sem Primavera, 1997, p. 77, acrescenta o ainda hoje muito apreciado prato de inhames com linguiça e em Reviver: na Festa da Vida a Festa da Morte, 2000, p. 35, há-de lembrar as lapas com pão de milho. Ver, também, Milhas Contadas, 2002, p. 76.
[5] Na Memória das Gentes, I, 1, 1983, p. 30.
[6] Na Memória das Gentes, o. c., p. 189. Tenha-se presente que se dizia ‘almoçar’, ‘jantar’ e ‘cear’ por ‘pequeno-almoço’, ‘almoço’ e ‘jantar’.
[7] Id., I, 2, p. 115.
[8] Caldo de peixe «uma especialidade da Ilha e o único cozinhado em que, desculpa a vaidade, sou mestre», disse-mo no nosso último encontro na sua ‘Cabana de Pai Tomás’ em fins de Julho de 2007. Escreve-o em Aquém e Além Canal, 1992, p. 41. Uma prima, emigrada para os Estados Unidos, levou a receita: «Maria Alice tem o jantar pronto, um saborosíssimo caldo de peixe fresquinho» (Das Velas de Lona às Asas de Alumínio, 1990, p. 120. Trata-se duma crónica cujo tema é a viagem que Dias de Melo fez aos Estados Unidos em Maio de 1988. O autor leva-nos com ele às terras da Costa Leste e à Califórnia para onde foram indo e se estabeleceram milhares de emigrantes açorianos, mormente picoenses, mas também ao mundo das lembranças da família onde pontifica o Pai nas suas aventuras por esses mundos de Deus. E não só: de amigos de velha data, de leituras onde ocupa lugar predominante o romancista da sua predilecção J. Steinbeck).
[9] Id., II, 2, p. 139.
[10] Id., id, p. 117. Em Inverno sem Primavera, o. c., p. 49, acrescenta queijo de vaca fresco, bolo do forno e explicita a composição do café: «cevada, milho, favas, batatas-doces picadas miudinhas, tudo torrado e moído». Ver, ainda, Poeira do Caminho, 2004, p. 231.
[11] Ib., p. 123 e 125. Dias de Melo, quando andava a estudar na cidade da Horta, por várias vezes ficou retido na vila da Madalena porque o mau tempo não permitia a saída da lancha. Tomava, então, um pequeno-almoço de papo-seco com queijo e, às outras refeições pão e queijo, linguiça e inhames, sardinha de conserva do Continente e pão. Cf. Aquém e Além Canal, o., c., p. 32.
[12] O Menino Que Deixou de Ser Menino, 1992, p. 91 e 123.
[13] Mar Rubro, o. c., p. 171.
[14] Pedras Negras, 1964, p. 19.
[15] Idem, 29 e 71. Também as beatas andavam «[e]mbiocadas em seus xailes e lenços», p. 75.
[16] Id., 35.
[17] Id., 71 e 72.
[18] Aquém e Além Canal o. c., p. 33; cf. Reviver: na Festa da Vida a Festa da Morte o. c., p. 58 e 162, entre outras.
[19] Reviver: na Festa da Vida a Festa da Morte, o. c., p. 58.
[20] Pena Dela Saudades de Mim, 1994, p. 83; cf. O Menino Que Deixou de Ser Menino o. c., p. 94.
[21] Vide e Vede o. c., p. 154; Aquém e Além Canal, o. c., p. 21 e 49; Uma Estrela nas Mãos do Homem, 1986, p. 54 e 67.
[22] Uma Estrela nas Mãos do Homem, o. c., p. 54.
[23] Aquém e Além Canal, o., c., p. 49.
[24] Toadas do Mar e da Terra, 2ª ed., 2004, p. 77.
[25] Pela voz de Belisário, personagem de Inverno Sem Primavera, o. c., p. 54 e 63, somos informados da «doença que matou as vinhas e o vinho verdelho acabou. Trouxeram a vinha Isabel, dá o vinho de cheiro, bebe-se, mas nem se compara». Cf., também, Reviver: na Festa da Vida a Festa da Morte, o. c., p. 36.
[26] Pena Dela Saudade de Mim, o. c., p. 77.
[
27]
Idem, id.
[28] Milhas Contadas, o. c., p. 77.
[29] Reviver: na Festa da Vida a Festa da Morte, o. c., p. 38.
[30] Idem, p. 40.
[31] Pedras Negras, o. c., p. 55; Na Memória das Gentes, II, 1, 1990, p. 70; Reviver: na Festa da Vida a Festa da Morte, o. c., p. 292. Cf., também, Atlântida, vol. LII, 2007, p. 121.

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