Gilberto Freyre
O Brasil como personagem
Com a crescente atuação do Brasil no cenário internacional, bem como o bom desempenho da economia e a seleção do país como sede da Copa do Mundo de 2014 e das Olimpíadas de 2016, a escolha de homenagear o autor que primeiro analisou a constituição da sociedade brasileira sob perspectiva positiva promete incentivar acaloradas discussões em Paraty. Apesar de não ter sido primordialmente ficcionista como os homenageados anteriores da Flip, Gilberto Freyre foi o mais literário dos pensadores sociais brasileiros. Neste ano, mais que uma efeméride ou movimento editorial importante, o que motivou a decisão foi o momento particular que vive o Brasil. Já faz algum tempo, desde o centenário de Gilberto Freyre, em 2000, que trabalhos importantes vêm sendo publicados sobre o autor e que o debate em torno da obra está aceso. A homenagem da Flip é mais uma ação nesse contexto mais amplo de recuperação e reavaliação de seu legado.
Compõem a homenagem a Gilberto Freyre os seguintes eventos:
Exposição
Vida e obra do homenageado com material inédito de seu acervo, gentilmente cedido pela Fundação Gilberto Freyre.
Conferência de abertura
Show de abertura
Mesa “Ao correr da pena”
Mesa “Além da Casa-grande”
Mesa “Gilberto Freyre e o século 21”
Na Programação de Abertura:
19 horas: Conferência de abertura
Casa-grande & senzala: um livro perene
Conferencista: Fernando Henrique Cardoso
Debatedor: Luiz Felipe de Alencastro
Na mesa que abre a Flip 2010, o sociólogo Fernando Henrique Cardoso, autor do prefácio da edição mais recente de Casa-grande & senzala e um dos principais intérpretes de Gilberto Freyre no Brasil, fala sobre as contradições que estão na origem dessa obra seminal do pensamento brasileiro. A seu lado, o historiador Luiz Felipe de Alencastro, um dos maiores conhecedores da escravidão no Brasil, comenta a palestra com ênfase na figura do negro, tal como abordada no clássico de Freyre.
O aspecto importante do pensamento de Freyre e da publicação de “Casa Grande & Senzala”, segundo o Fernando Henrique Cardoso, ” foi oferecer uma análise contrária ao autoritarismo de Estado vigente na época: o patriarcalismo da Casa Grande, e as relações de mestiçagem entre colonos, índios e negros. “Gilberto Freyre não nega a violência da escravidão. Ele diz que o Brasil sofreu com o imperialismo português, com o imperialismo jesuítico, mas mais importante ele diz que conseguimos atingir um ‘equilíbrio entre contrários'”
21h30
Show de abertura com:
Edu Lobo
Renata Rosa
com Marcelo Jeneci e Quarteto de cordas da Academia da Osesp
direção artística
Arthur Nestrovski
Fonte: Assessoria de Imprensa da FLIP:Paula Barcelos
Veja: http://www.flip.org.br
http://www.flip.org.br/imprensa.php
http://www.paraty.com.br/flip/