As datas de aniversário podem resultar de sobreposições mais ou menos sentidas por cada um de nós, não havendo um aniversário igual ao anterior ou ao que se seguirá. De qualquer modo, essa diferenciação de ordem temporal não é assunto para a atual página. Estamos aqui, sim, para festejar o terceiro ano do blogue “Comunidades” e a sua imediata sequência num esforço circular de interação a propósito das culturas que se ligam às nossas e pelas nossas ilhas. Na forma como olho o “Comunidades,” vejo-o como um caso sério no contexto da auscultação atlântica dos vários lugares que dizem respeito à diáspora das ilhas. O blogue em si ganha por se constituir como um não lugar que permite a intervenção de personalidades diferentes; de vozes, de imagens e de escritas escritas séniores, e outras nem tão júniores como se possa julgar.
O “Comunidades” é também aquela surpresa periódica perante o que acaba de ser postado para partilha de todos quantos a ele acedem sob o pretexto do “deixa ver o que saiu hoje.” É neste sentido que também opino sobre um “Comunidades” com características de diário de bordo desse cruzar dos continentes, porque as vozes dos que não residem nas ilhas entram em diálogo com quem escreve a partir de lá.
A um nível pessoal, é claro que tenho a agradecer à Irene e à Lélia terem aceite que eu me estreasse nas linhas internéticas através do “Comunidades.” É, pois, na qualidade e voz “de fora” que tenho tido o prazer de colaborar no “Comunidades.”
Para o futuro deste quarto ano, ficam os meus votos de muito sucesso e o desafio para um testemunho duro do blogue, algo de tocável!
Irene de Amaral
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No Terceiro Aniversário do Blog Comunidades
A 25 de Fevereiro de 2011 comemora o Blog Comunidades o seu terceiro ano de existência. Sob a direcção de Irene Maria F. Blayer e Lélia Nunes, o blog tem sido tudo o que se esperaria de uma revista online dirigida por duas colegas invulgarmente habilitadas. Como um dos seus colaboradores assíduos, sempre me honrou a maneira como os meus trabalhos foram “editados” e o cuidado estético que sempre presidiu à sua apresentação. A conjugação da variedade de temáticas que tem definido o blog e a notável consistência na qualidade dos trabalhos apresentados com certeza que muito têm pesado no êxito registado por esta revista. Os numerosos trabalhos editados, sem deixarem nunca de ser informativos e muito frequentemente patenteando um carácter académico, têm, porém, seguido a prática louvável de se manterem aquém das linguagens excessivamente técnicas que muitas vezes – por necessidade ou abuso – caracterizam o discurso universitário, mas que estariam para além, ou aquém, do interesse duma publicação que se destina a um público mais vasto e de interesses mais amplos. Quantas vezes a mescla de textos se torna notável, e de leitura particularmente aprazível, pela frequente colaboração de poetas, ficcionistas e autobiógrafos, sem desfazer nunca nos ensaios de teor mais objectivo.
Encorajo as Directoras Blayer e Nunes a manterem não só o alto nível qualitativo e editorial dos trabalhos publicados, mas também a variedade e o cuidado estético – por exemplo, no uso discreto das ilustrações – que torna esta revista electrónica um prazer também visual.
Parabéns à Direcção e votos de muitos anos de iguais êxitos.
Francisco Cota Fagundes
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Cara Irene e Lélia
Parabéns por mais um aniversário do COMUNIDADES. Fico muito feliz por ver que a Irene e a Lélia continuam a trabalhar forte…muito forte em prol da nossa Diáspora Açoriana no mundo. O Comunidades é hoje uma PORTA (cada vez maior…) aberta ao mundo da Açorianidade. Cada vez mais há necessidades de aproximar as várias gerações de Açorianos da nossa diáspora…e o vosso COMUNIDADES tem feito e muito bem este papel de verdadeira PONTE entre as várias gerações de Açorianos dispersos pelo mundo/aldeia global.
Para a Irene e a Lélia votos de muitos mais aniversários…e se tal acontecer (como espero bem…) é sinal de que estão no bom caminho!
Um abraço do outro lado das Montanhas Rochosas (Canadá).
“Keep up with the good work.”
José Carlos Teixeira
University of Britrish Columbia-Okanagan Campus
Provincia da Columbia Britanica -Canada
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Tudo o que se faça para dar a conhecer as vidas e vivências das comunidades açorianas espalhadas pelo mundo, sobretudo nas Américas, terá retorno nas terras de lá e, sobretudo, nas pequenas ilhas de cá.
Irene Blayer e Lélia Nunes, ambas açorianas de alma e coração, têm produzido um trabalho notável que pode e deve ser ainda mais conhecido pelos internautas e divulgado pela comunicação social.
Ao longo da minha vida de jornalista aprendi que os Açores são mais genuínos nas terras de emigração, na diáspora. Lá, onde a saudade é constante e as lágrimas são rios perenes, há um considerável acervo cultural, linguístico, fotográfico e documental das ilhas e das gentes que ficaram atrás, banhadas em saudades e luto, que importa recuperar. Essa é uma tarefa gigantesca que este blogue pode incentivar e desenvolver, proporcionando excelente documentação à Rádio e TV públicas e a outros agentes culturais.
O « Comunidades », desempenha, por isso, um papel importantíssimo na afirmação e divulgação da cultura e vivências da diáspora, e a sua riqueza é tanto maior quanto mais diversas são as culturas e línguas dos destinos de emigração. Três anos é o prelúdio bonito de uma caminhada que se deseja longa e afirmativa no universo da blogosfera.
Parabéns à Irene e à Lélia, amigas e açorianas de gema.
José Gabriel Ávila
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Caras amigas Lélia e Irene:
Vocês estão de parabéns. Três anos de Blog Comunidades implica muito trabalho. Ele transformou-se depressa numa praça pública açoriana aberta a açorianos, açorianófilos e amigos de outras geografias, e nele a gente tem a sensação de o arquipélado ser bem maior do que aquele espaço de mar onde estão plantadas nove ilhas. Plantadas estão, sim, e continuam, mas têm sementes espalhadas que os ventos levaram para lá dos quatro cantos do Atlântico.
Dá gozo vir aqui regularmente e ver quem está no palco a contar-nos coisas, a falar alto para todos nós ouvirmos, onde quer que estejamos.
Manter um blog destes dá muito trabalho e exige muita paciência. Vocês merecem por isso o nosso abraço de aplauso e de apoio para que pelo menos possam continuá-lo por mais três.
O meu vai aqui digitalizado e virtual, mas real também.
onésimo
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All the Gems that Count up to Nine
Art Coelho
I not only deeply appreciate what the third anniversary of Communidades means to me personally, but more importantly it has opened a much wider forum than I ever imagined possible living here in isolation on the Montana plains. Some of my older and more familiar connections with friends have been renewed and strengthened because Communidades reprints not only an artistic platform to express poems and stories, but in a much wider sense family and island connections which we all share and that comes back to us when we read the blogs and what others are doing from day to day and week to week. It’s this immediacy that quenches my soulful thirst. It’s these spontaneous truths of individuals involved in our culture that bring forth the songs, oral histories, and what we are becoming through one kind of an Azorean search or another.
In working on my immigration novel, The Dream and the Wooden Shoe it has shown me in so many ways to the doors of researchers like Daniel de Sá and Kathie Baker and Carlos Almeida and Fernando A. Vieira and Irene Maria F. Blayer and Luís Mendes Brum and Rosa Silva and Yolanda Corsépius and Lélia Pereira Nunes and Frank Fagundes and Don Warrin and many others in special fields that have brought me closer to my roots and where I want to take them down the road.
If I was to regret one thing about Communidades, it would only be that I didn’t know about and participate in this great adventure of learning about our various creative spirits and especially what it holds forth for our youth and their aspirations and dreams to know and to love more deeply our Azorean heritage and the village ambiance that holds us to a more simple and genuine life that we cannot find in this vast world that challenges, but always leaves something unsatisfied. That dissatisfaction hinges on who we are at the source. What that Papa writer referred to in A Moveable Feast and its this kind of island intimacy that refuses to go away because of the simple joys and births that it keeps giving back to us each time we return to São Jorge, Terceira, Graciosa, and Pico and all the gems that count up to nine.
Art Coelho
2.18.11