A Neve na Serra Catarinense
A neve cobriu com seu manto branco a serra catarinense. De todos os lados as pessoas largaram os
seus afazeres e correram serra acima apenas para vê-la. Para olhá-la e guardá-la só pra si, prolongando o
momento ímpar na memória, em lembranças, em fotografias. De toda parte do Brasil chegaram pessoas
atraídas pela paisagem que fascina tanto os moradores quanto os viajantes vindos do País tropical.
Queriam admirar os “capuchos”, os flocos de neve, que aos poucos foram debruando as montanhas,
cristalizando as ribeiras, pintando de branco os campos, a mata araucária, emoldurando os muros de pedra, os telhados.
Queriam tocá-la, sentí-la pontilhar os cabelos e escorrer pela face rosada de frio como uma carícia, enquanto o olhar se perdia encantado pela magia da neve iluminada pelo tímido sol que se derramava preguiçoso por sobre a cidade e pradarias.
É sempre assim quando neva no Sul, na serra catarinense, a terra mais fria do do Brasil.
A simples menção da previsão metereológica que poderá nevar é suficiente para causar a maior
euforia. Uma alegria quase infantil contagia a todos que buscam a branca paisagem um tanto rara por estas
bandas e que a maioria só conhece estampadas em bonitos cartões postais, nas telas do cinema, no ecran
da televisão ou na internet.
Mas, neve caindo quase no quintal da casa gente é mesmo algo imperdível. Assim, antes que ela comece
a derreter, um batalhão de “turistas da neve”,como aves de arribação, sem se preocuparem com o frio de congelar e o vento cortante, toma conta das ruas e praças das cidades serranas de Urupema,Urubici,Bom Jardim da Serra e São Joaquim conhecidas como a “terra fria de coração quente”.
Subir a Serra e estar dentro deste cenário mítico e apreciar o espetáculo dos flocos de neve caindo de mansinho ou em tempestades fustigantes é o que realmente importa.
Depois toda gente sabe que em cima da Serra do Rio do Rastro que se eleva a uma altitude de 1467m,
um divisor geográfico a revelar contrastes naturais e culturais, sempre encontrará um
fogão de lenha no meio da cozinha ou um fogo de chão no galpão, o café tropeiro fumegando, o pinhão
sapecado, o carreteiro, o queijo, o pão sovado, o vinho e o abrigo do grande “pala” da hospitalidade da boa gente serrana.
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Crédito Imagens:
1. Pomar em São Joaquim, de Anselmo Nascimento,fotógrafo,jun.2011
2. Urupema, Marília Oliveira,A.Imprensade Urupema,ago.2011,publicada no Diário Catarinense.