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Este conteúdo fez parte do "Blogue Comunidades", que se encontra descontinuado. A publicação é da responsabilidade dos seus autores.
Imagem de Um olhar sobre a Festa do Divino Espírito Santo  – Santo Antônio de Lisboa (1/2)- Lélia Pereira Nunes
Comunidades 06 set, 2011, 22:29

Um olhar sobre a Festa do Divino Espírito Santo – Santo Antônio de Lisboa (1/2)- Lélia Pereira Nunes



Pintura Festa do Divino Espírito Santo,do artista catarinense Juarez Machado
100x73 cm -óleo sobre tela,Paris,1997.
Inspirado em texto e pesquisa de Lélia Pereira da Silva Nunes
In: Ilha de Santa Catarina,Ed.Simões de Assis,Galeria de Arte.
    

     Santo Antônio de Lisboa, situa-se na costa ocidental, a cerca de 16 km do centro de Florianópolis, é uma das três povoações mais antigas da Ilha de Santa Catarina.
     O Distrito de Santo Antônio de Lisboa foi criado pela Provisão Régia de 26 de outubro de 1751. Santo Antônio se desenvolveu voltada para a imensa pontilhada de barcos de pesca  identificando uma comunidade de tradição pesqueira, título que ostenta com orgulho, o mesmo que sente por, hoje, ser reduto de  artistas e intelectuais que buscaram na tranqüilidade da localidade a qualidade de bem viver.
     Voltar mais de 300 anos na história da Ilha. É assim que quem chega a Santo Antônio de Lisboa se sente ao percorrer suas ruas, se encantar com o casario e adentrar na Igreja Nossa Senhora das Necessidades, construída no século XVIII, Ou, visitar o Engenho de farinha de mandioca, de 1860, pertencente a tradicional família de Agenor de Andrade ainda em pleno funcionamento e produzindo farinha, biju e cuscuz. 
     Santo Antônio de Lisboa apresenta um traçado urbano cujo desenho segue a matriz portuguesa que se caracteriza por vilas construídas a partir da Igreja e praça voltadas para o mar, uma ou duas ruas principais paralelas ao mar e, entre si, algumas transversais, modelo semelhante a outras freguesias e arraiais que foram surgindo na Ilha.
     A história de sua ocupação data de 11 de janeiro de 1698 quando Padre Mateus de Leão, sobrinho do Capitão Antônio Camacho Bicudo chega à região com vinte casais e se instala em sesmarias de duas léguas, áreas compreendidas entre a Lagoa e o Rio Ratones, que recebera por concessão de Domingos Francisco Francisques, procurador do Marquês de Cascaes, sucessor do donatário da Capitania de Sant’Ana.
    A chegada dos açorianos entre 1748 e 1756 promove o seu desenvolvimento econômico e social, o crescimento populacional, configurando um feitio peculiar ao povoado que marcou para sempre a presença açoriana no  jeito ser, de estar, de saber, de fazer e de celebrar.
     Para que os “casaes” não ficassem sem assistência espiritual, sem Igreja é, logo, por alvará régio de Dom João V de 27 de abril de 1750  criada a freguesia Nossa Senhora das Necessidades “da Ponta Comprida”, sendo nomeado seu vigário o Padre Domingos Pereira Telles, natural da lha do Pico, Açores, que aí permaneceu até 1778. Uma pequena casa de cal servia de Igreja e no ano de 1755 foi elevada a categoria de Paróquia sob o patronato de Nossa Senhora das Necessidades.
    Santo Antônio de Lisboa é uma comunidade orgulhosa de suas raízes, que luta pela preservação dos seus valores e costumes, cuja afirmação da identidade cultural está alicerçada no respeito por suas tradições açorianas com suas práticas coletivas, relações de trabalho, crenças, ritos, simbologias e na proeza  de sua sobrevivência no correr das gerações. 
    No conjunto das manifestações culturais mais representativas do lugar é a religiosidade um traço forte constatado nas suas celebrações litúrgicas, procissões e festejos como a  festa do Divino Espírito Santo e Nossa Senhora das Necessidades na primeira semana de setembro.
    Sem dúvida, a Festa do Divino Espírito Santo e de Nossa Senhora das Necessidades é a maior expressão da religiosidade popular da comunidade por celebrar a grande devoção açoriana – o Espírito Santo e a padroeira da Igreja, Nossa Senhora das Necessidades, cuja data se comemora no dia 8 de setembro.
    Em Santo Antonio de Lisboa, o Ciclo do Divino inicia no domingo de Pentecostes com a Visita da Bandeira do Divino às casas da freguesia. Todavia, a festa só ocorre na primeira semana de setembro coincidindo com o dia da padroeira. É a festividade que encerra o calendário do Ciclo do Divino na região da Grande Florianópolis e uma das maiores celebrações de louvor ao Espírito Santo com uma extensa programação voltada, essencialmente, para a confraternização da comunidade, para o fortalecimento da religiosidade e para manter viva a cultura açoriana sobrevivente.
    A partir do domingo de Pentecostes a Bandeira, a Coroa e o Cetro saem a visitar as localidades que integram o Distrito de Santo Antônio. A Bandeira do Divino durante o período que permanece em cada comunidade é levada a percorrer casa por casa, abençoando as famílias e pedindo donativos para a festa. Sua chegada é anunciada pelo toque forte e cadenciado de um tambor e recebida com muita alegria e devoção pelos moradores. Na saída, agradecem a acolhida, a esmola e fazem a despedida partindo para a casa vizinha.
    Na Visita da Bandeira às casas da Freguesia do ano de 2003 assisti ao ritual cuja cantoria  transcrevo:

Canto de Chegada:
(cantado do lado de fora)

Abri a vossa morada
pro Divino Espírito Santo
porque a fortuna vem trazer-vos
com o seu estrelado manto

(ao chegar na casa)
Dê-me licença que entre
dentro da sua morada
uma Bandeira Divina
e a Coroa sagrada.

Aqui está este Senhor
Com sua graça Divina
E que nos cria no mundo
Até quando Deus destina.

Canto do Peditório

Venho pedir-vos uma esmola
para este Senhor de Verdade
que é uma das Três Pessoas
da Santíssima Trindade.

Canto da Despedida

Oh! Que esmola tão grande
deram ao Deus criador
que nos há de agradecer
o Divino redentor

    

(cont…)

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