Verde Vale, edição em Braille
A Editora Cultura em Movimento e o Centro Braille da Fundação Cultural de Blumenau apresentam o livro Verde Vale, de autoria da conceituada escritora blumenauense Urda Alice Klueger.
Um projeto pioneiro e de grande alcance social que promove a “inclusão cultural” do deficiente visual. Abrem-se as portas do mundo da literatura às pessoas portadoras de deficiência visual com a publicação inédita de um romance em Braille – a escrita dos cegos.
Depois de muitos anos publicando em Braille crônicas e poesias de diversos escritores de Blumenau e região do Vale do Itajaí, chega a vez do romance ganhar as páginas em um formato diferenciado e atraente.
O grande interesse de pessoas com deficiência visual por romances em Braille levou, em 2011, o Conselho da Editora Cultura em Movimento a aprovar a publicação por este método.
A escritora Urda Alice Klueger é natural de Blumenau onde nasceu a 16 de fevereiro de 1952. É professora,com Mestrado em História,tendo realizado investigação sobre os Sambaquis no Sul Catarinense.
Seu primeiro grande sucesso foi Verde Vale, que narra a saga dos primeiros colonizadores europeus de Santa Catarina. Sua produção literária compreende ainda: As brumas dançam sobre o espelho do rio (hino à natureza, à liberdade e ao amor), No Tempo das Tangerinas (narra a vida dos colonizadores do Vale do Itajaí, durante a Segunda Guerra e como a vida resiste às angústias – “a guerra nunca acabava, mas o tempo das tangerinas voltava sempre”), Vem, Vamos Remar (sobre as enchentes de Blumenau), Te Levanta e Voa (sobre jovens à procura de seu destino), Cruzeiros do Sul, Recordações de Amar em Cuba II, A Vitória de Vitória (infantojuvenil) e Entre Condores e Lhamas, O Povo das Conchas,entre outros.
É membro da Academia Catarinense de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico de Santa Catarina, da União Brasileira de Escritores e da Associação de Jornalistas e Escritoras do Brasil. Presente em inúmeras antologias, além de incontáveis crônicas publicadas em jornais e revistas do Brasil e do exterior, tais como: jornal A Notícia, de Joinville; no Expresso das Nove, de Açores, (Portugal); Diário Catarinense, de Florianópolis. Vamos encontrá-la em publicações no mundo virtual como na renomada revista literária Seixo Review.
Urda escreve, com linguagem simples e objetiva,obras consistentes e seu texto tem sabor de poesia.Sua narrativa ficcional é convidativa e envolvente, provocando, com sua capacidade de fabulação, uma deliciosa cumplicidade com o leitor. Ao mesmo tempo que faz o registro precioso da vida dos nossos imigrantes do século XIX, sob o olhar atento da historiadora, numa literatura da imigração.
A saída de Verde Vale,um dos cânones da ficção literária catarinense, em Braille merece o aplauso de todos que acreditam que a conquista da cidadanina passa pelo livre acesso ao saber e ao fazer cultural.
O direito do cidadão de usufruir de todas as potencialidades da Cultura: da criação e dos saberes. Isto é democracia da cultura – o acesso as grandes expressões culturais,as grandes obras literárias, musicais, artísticas até as manifestações da cultura popular tradicional, incluindo aquelas expressões que chegaram pelo caminho da diáspora.
A escritora Urda Alice Klueger avança por este caminho com uma atitude máscula que engrandece as letras catarinenses.
Parabéns.
Lélia Pereira Nunes
Blog Comunidades
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Fonte: Texto de Divulgação da Editora Movimento, Centro Braille da Fundação Cultural de Blumenau e release sobre a Saída em Braille do livro Verde Vale