Saltar para o conteúdo
    • Notícias
    • Desporto
    • Televisão
    • Rádio
    • RTP Play
    • RTP Palco
    • Zigzag Play
    • RTP Ensina
    • RTP Arquivos
RTP Açores
  • Informação
  • Legislativas 2025
  • Antena 1 Açores
  • Desporto
  • Programação
  • + RTP Açores
    Contactos

NO AR
Este conteúdo fez parte do "Blogue Comunidades", que se encontra descontinuado. A publicação é da responsabilidade dos seus autores.
Imagem de MENINO JESUS ENTRE OS DOUTORES–
Mário T Cabral, 2013
Comunidades 24 mai, 2013, 05:26

MENINO JESUS ENTRE OS DOUTORES– Mário T Cabral, 2013

37. RETRATOS DE FAMÍLIA
j) Flannery O’Connor

Ela poderia ser uma personagem de si própria: menina rica da Geórgia, o mítico sul da América esclavagista; filha única e solteirona, que morre de lúpus aos trinta e nove anos, não sem antes se consagrar como a maior escritora dos States do séc. XX.
Há nela uma mistura cativante entre a herdeira provinciana com paixão por pavões e a inteligência cáustica de quem põe as pretensões citadinas no seu devido lugar. Imaginemo-la a dizer as suas graças, cheias de ironia fina, com sotaque.
E católica num país protestante – e não apenas católica mas empenhadamente católica no seu ofício, a ler muita teologia para se preparar para as suas histórias, a escrever para jornais de paróquia durante anos – e, sobretudo, a fazer das melhores palestras que há para ler sobre o ser escritor e crente, ao mesmo tempo.
Não se podem perder estes pequenos ensaios duma agudeza cirúrgica de filósofo analítico. Os americanos têm esta qualidade que rareia na Europa: são muito confessionais, sem temerem perder o crédito, que não lhes é tirado por ninguém por causa disso.
Não estão traduzidos, mas alguns dos seus romances estão, assim como os contos. Flannery O’Connor é melhor no formato curto que valoriza a sua incisão estilística, as suas atmosferas de filme de suspense.
Quase todas as personagens são más, até perversas, sobressaindo aquelas que começam por surgir imunes ao pecado e que vimos a descobrir guardarem um defeito qualquer. E há vítimas inocentes da maldade diabólica, como em “Um Homem Bom é Difícil de Encontrar”.
Aliás, este é um traço comum entre muitos dos grandes escritores católicos. Porque é que isto acontece, apetece perguntar. Conhecem a natureza humana, não disfarçam a maldade, sabedores de que só a Graça nos leva ao Céu.
Quem não acredita tende a disfarçar as mil caretas do Inimigo com historietas de cárácácá. Ou então apresenta um mundo porco como uma tragédia inevitável, sem a fímbria da esperança, que um católico consciente tem a obrigação de deixar em aberto.
Muita literatura contemporânea é pornográfica, neste sentido: tranca a porta da esperança e obriga-nos a enojar-nos com o mergulho na decadência, como se não sobrasse outro destino ao ser humano.
Nos tais ensaios, Flannery O’Connor explica muito bem estes temas: um escritor católico não deve confundir o Reino de Deus com o mundo dos homens, procurando disfarçar piedosamente as manifestações do mal. Todavia, isto não quer dizer que se bata palmas às personagens descritas.
Ela é exímia neste equilíbrio de forças.

RTP Play Promo
PUB
RTP Açores

Siga-nos nas redes sociais

Siga-nos nas redes sociais

  • Aceder ao Facebook da RTP Açores
  • Aceder ao Instagram da RTP Açores

Instale a aplicação RTP Play

  • Descarregar a aplicação RTP Play da Apple Store
  • Descarregar a aplicação RTP Play do Google Play
  • Programação
  • Contactos
Logo RTP RTP
  • Facebook
  • Twitter
  • Instagram
  • Youtube
  • flickr
    • NOTÍCIAS

    • DESPORTO

    • TELEVISÃO

    • RÁDIO

    • RTP ARQUIVOS

    • RTP Ensina

    • RTP PLAY

      • EM DIRETO
      • REVER PROGRAMAS
    • CONCURSOS

      • Perguntas frequentes
      • Contactos
    • CONTACTOS

    • Provedora do Telespectador

    • Provedora do Ouvinte

    • ACESSIBILIDADES

    • Satélites

    • A EMPRESA

    • CONSELHO GERAL INDEPENDENTE

    • CONSELHO DE OPINIÃO

    • CONTRATO DE CONCESSÃO DO SERVIÇO PÚBLICO DE RÁDIO E TELEVISÃO

    • RGPD

      • Gestão das definições de Cookies
Política de Privacidade | Política de Cookies | Termos e Condições | Publicidade
© RTP, Rádio e Televisão de Portugal 2025