Procurando uma coisa
Que servisse
Pr’ alguma coisa ou pra si
E ela estava lá
Pra ser calço de porta
Ou pisa-papéis
Depois de limpa
(O menino não tinha mais nada pra amar)
Foi se fazendo
A lima dele
É que penou
Com as arestas
Quando ficou bonita e brilhante
Foi pra vitrine
Tanto poeta passou
Tanto homem sábio passou
Olhou, admirou e desejou
A pedra polida.
Mas quem abre e fecha a vitrine
É o dono da pedra.
Deka Purim,
rio virando mar,
Angra do Heroísmo, IAC, 2011.
Deka Purim é o nome literário de Valdeci Purim (1962), assistente social, poeta, natural de Curitiba, Estado do Paraná, Brasil, foi imigrante na cidade de Monreal, Canadá, reside na cidade do Angra do Heroísmo onde trabalha.