Golo! Golo da Poesia!
a
Lélia Nunes
(Florianópolis, Santa Catarina, Brasil)
Na Vida, o ponta-pé de saída
Ignora o apito final da partida:
O goleador é servo fiel da corrida
Rumo ao sumo-palanquim
Onde a vida tem seu fim
Golo! Ó grito meigo do Presente
Serás o telegrama da eternidade
Que a correria do tempo consente
Na sinuosa vacuidade
Dum existir contingente?
Mágoas antigas a gritar no peito
Vergado aos desafios da memória:
Só perde quem não for eleito
(A coragem é avessa à rotina
Dos leitores da nossa sina)
Irmã! O vencedor conhece o fim?
O fim não será vírgula cardeal
Inventada pela instantaneidade
Colocada no registo pessoal
da nossa eternidade?
João-Luís de Medeiros
Califórnia,USA
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(*) versão original datada de Nov.2006