(Ivan Grohar 1867-1911)
Ao peso do vento
Dei por mim a ver
por entre a cana, a flor e a folha verde,
borboletas amarelas..
enquanto a cassete rodava
uma música de Vivaldi.
Borboletas! Exclamei.
E gafanhotos, tantos como há muito não via
saltando numa louca orgia
tentando o focinho de um cão.
O chiar dos milhafres ouvia-se ao longe,
voando ágeis e elegantes,
pousando a seguir no topo de dois pinheiros mansos
que vacilavam ao peso do vento.
Mágico o movimento de poder reter
os rumores do campo
um apetecível instante de poder encontrar
as coisas com os seus nomes próprios
e em imagens reais.
por entre a cana, a flor e a folha verde,
borboletas amarelas..
enquanto a cassete rodava
uma música de Vivaldi.
Borboletas! Exclamei.
E gafanhotos, tantos como há muito não via
saltando numa louca orgia
tentando o focinho de um cão.
O chiar dos milhafres ouvia-se ao longe,
voando ágeis e elegantes,
pousando a seguir no topo de dois pinheiros mansos
que vacilavam ao peso do vento.
Mágico o movimento de poder reter
os rumores do campo
um apetecível instante de poder encontrar
as coisas com os seus nomes próprios
e em imagens reais.
Victor Meireles,
Amargo lírico,
Ed. do autor, Ponta Delgada, 2006.
Amargo lírico,
Ed. do autor, Ponta Delgada, 2006.
Victor de Lima Meireles (1946) escritor, poeta, pintor, natural de Ponta Delgada, ilha de S. Miguel, residiu em Lisboa e vive na cidade natal onde trabalha.