Dia 28 de Novembro, sexta-feira – 21h30m
“Centenário do poeta e dramaturgo Luís Ribeira-Sêca (1914-1991)”
A sessão inicia-se com uma palestra do Prof. Eduíno de Jesus sobre : “Os tempos e a obra de Luís Ribeira-Sêca no contexto da literatura açoriana”.
Seguir-se-ão, depoimentos de familiares presentes, terminando a sessão com um recital de poesia de Luís Ribeira-Sêca.
Ribeira-Sêca era o pseudónimo de Luís Filipe Botelho de Gusmão Cortes Rodrigues. Era neto do poeta César Rodrigues (1856-1946) filho do poeta Armando Cortês Rodrigues (1891-1971) e pai do poeta Nuno Dempstar.
Obras: (1950), A Sombra de Afrodite. Porto, Germinal. (1952), Recanto Tranquilo. Porto, Tip. Progrédior. (1952), Um amor… e o outro. Coimbra, Arquipélago. (1953), Ruth, Coimbra, [s.n.].
POESIA
À porta do cortiço
As abelhas espreitam
A paisagem brumosa
Do Inverno
E dizem entre si:
-Quando florescerá de novo
O pessegueiro cor-de-rosa,
Quando será?,
Se ainda há tanto frio…
-Inúteis os frutos tombaram
Sem que ninguém os colhesse…
e o Sol desapareceu
Para além da bruma
Antes que amanhecesse!
-Há quanto se não abria
Aquela porta verde?
-Há quanto tempo? … Há quanto tempo?
-Temos nos nossos favos a poesia da sede
Que foi perfume na aragem
Mas para ela
É sempre florida
A nova paisagem!
Luís Ribeira Sêca,
Recanto Tranquilo,
Guifães-Maia, Edição do Autor, 1989.