O Comunidades junta-se aos amigos e admiradores do saudoso poeta açoriano Emanuel Félix que nesta data, 24 de Outubro de 2015, celebram o seu 79° Aniversário de Nascimento.
Emanuel Félix enternece o coração de quem admira a sua obra poética – a perfeição estrutural, a preciosa dimensão linguística e a expressão plástica de seus versos – Um legado fabuloso! Mesmo ciente de que cultivou igualmente a crônica e o ensaio e que fez com propriedade a crítica literária e de artes plásticas é na poesia que Emanuel Félix faz fluir a emoção com suavidade na magia do olhar. Sem contudo, não deixar de oferecer uma pitada de ironia e humor na palavra frontal,sábia, presente, rica e plena como no "Pedra-Poema para Henry Moore" ou no belíssimo“Five o`clock tear”,o desenho infinitamente triste da mulher,uma interface com o poema “Five o`clock tea” de Vitorino Nemésio ou ainda a intimidade narrada com imensa graça em “As Raparigas lá de Casa”. Tatuagens do imaginário ímpar do poeta marcadas pela diversidade do olhar, da forma e da liberdade de ser e sentir. “Uma poesia que busca nas palavras entender e dar a entender o sentido da vida”, afirma Fátima Freitas Morna (2003: 20).
Emanuel Félix, o mestre, ensina. Aprendemos com sua poesia que é acima de tudo fiel a si mesmo.
No dia 14 de fevereiro de 2004, sexta-feira, na cidade de Angra do Heroísmo,Terceira,Açores,dia de São Valentim, padroeiro dos namorados,o poeta partiu deixando uma saudade sem fim.
Registro,meu maior agradecimento ao amigo Diniz Borges, que lá de Tulare,Califórnia,lembrou-me do aniversário do poeta, neste sábado de tantas saudades e memórias reviradas o que me levou a percorrer as páginas do seu “121 Poemas Escolhidos (1954-1997”,adentrando no labirinto das palavras,presa pelo encantamento da sua poesia.
Com certeza, hoje,inúmeras mensagens e "post" vão circular pelas redes sociais e atravessar os caminhos do Atlântico com a palavra de seus amigos,sobretudo de uma malta muito especial que nunca deixou de evocar e reverenciar o companheiro Emanuel Felix.
À malta açoriana de amigos-escritores – a Irmandade Atlântica da Leitura" (no dizer de Urbano Bettencourt)- que permanecem em comunhão com o Emanuel Félix na grande mesa da "açorianidade" e que me faz recordar da bonita imagem de uma outra mesa com convivas reunidos em torno de Emanuel Felix – na leitura criativa de Marcolino Candeias sobre a célebre "Última Ceia" de Leonardo Da Vinci. O meu abraço de parabéns a todos os amigos que tiveram o privilégio maior de participar dessa grande mesa de comunhão de ideias, vivências e afetos.
Fica a minha homenagem ao poeta Emanuel Félix cuja indelével presença continua viva na sua obra, no mundo partilhado e sempre iluminando.
Lélia Pereira Nunes
24 de Outubro de 2015
Florianópolis,Ilha de Santa Catarina