Póvoa 2015 – Correntes d’Escritas
Literatura: uma questão de inteligência invisível (*)
Se literatura é uma questão de inteligência invisível, quando olho à minha volta nesta mesa, a conclusão parece-me óbvia: Aqui não há literatura, porque a inteligência é mais que visível.
Não faço ideia de onde terá a organização das Correntes extraído a frase que nos deu por tema. Se calhar daquele dito cujo autor desconheço (não é meu, juro!): a inteligência é como a roupa interior: é importante tê-la, mas não se deve exibi-la.
Como vêem é um dito antigo porque a rapaziada nova agora o que quer é exibi-la. Não me refiro à inteligência, está visto. Até porque não é no traseiro que ela está. Ou que deva estar.
Faz-me lembrar uma do meu tempo de estudante. Estávamos num torneio escolar de futebol e um colega meu gritou da bancada O sr. árbitro aprenda as regras do jogo! O árbitro deu troco e puxou de um livrinho das regras que tinha na algibeira da traseira dos calções. Exibiu o livrinho para a bancada e voltou a colocá-lo na algibeira. O meu colega não esperou: Ó sôr árbitro, as regras devem estar é na cabeça, não é no rabo!
Mas deixemo-nos de futebóis e vamos à literatura. Ou talvez primeiro deveríamos falar da inteligência, a ver se ela não fica de todo invisível nesta minha intervenção em que obviamente não estou a fazer literatura. E o mais certo será acabar não fazendo nem uma coisa nem outra. Ainda por cima, este ano pela primeira vez tenho a minha mulher na assistência e preciso de me portar devidamente.
Bem vistas as coisas, a inteligência é um assunto complicado. Se não, vejamos: as pessoas não têm problema nenhum em dizer: A minha memória é péssima, ou Não tenho memória nenhuma. Não tenho nenhum jeito para o desenho, Sou um perfeito rombo em música, Sou um zero em matemática, Não tenho talento nenhum para línguas, mas nunca, NUNCA ouvimos alguém dizer: Não sou inteligente. Que me recorde, ouvi isso uma única vez, dito de outro modo, mas equivalente, a um patrício da minha ilha, emigrante nos Estados Unidos. Viveu até aos trinta anos numa remota freguesia de S. Miguel a cuidar de vacas. Denodado trabalhador, precisava de estudar para o exame que lhe garantiria a obtenção da cidadania americana, passo importante para naturalizar os filhos e assim evitar perigos de deportação caso algum deles treslesse na vida. Eu, que durante anos dei aulas como voluntário numa associação comunitária a preparar emigrantes para esse exame, bem que procurava ajudar o pobre do homem, um valentão de força e ainda na pujança da idade. Mas ele não era capaz de fixar nada, nem mesmo conseguia compreender as perguntas, por mais que tentasse. Desiludido, disse-me: Não entra nada aqui nesta cabeça, senhor. Toda a vida eu só cheirei o cu das vacas.
Mordeu-me de pena aquela humilhante admissão a que evitei reagir prosseguindo no meu esforço de lhe fazer comprender a matéria. Sem qualquer efeito, porém.
Não, quase ninguém admite não ser dotado de inteligência e são mesmo pouquíssimas as pessoas que não fazem questão de a pôr em primeiro plano na hierarquia do que mais prezam em si. Excepções como a da personagem de Woody Allen no filme Annie Hall são pouquíssimas. Recordam-se, não? Um indivíduo é ameaçado por outro: Eu esmigalho-te o cérebro! E o Woody, feito personagem, reagindo: O meu cérebro?! O meu segundo melhor órgão?!
A pior afronta a alguém é, de facto, insultar-se-lhe a inteligência.
Lembram-se daquela piada que se contava no tempo de Salazar, nos anos sessenta quando havia muita emigração? Um cavalo foi apanhado a tentar atravessar a fronteira. O guarda pergunta-lhe por que razão quer fugir e ele explica: O valor de um cavalo está na sua força. Ora como hei-de eu tê-la se em Portugal ninguém tem ração para me alimentar? O guarda teve dó dele e deixou-o atravessar a fronteira. Mais tarde veio uma vaca e foi também apanhada. O guarda quis saber a razão da sua tentativa de fuga e ela explicou: O brio de uma vaca está no leite que produz. Como posso eu dar bom leite se não há erva boa para me darem de comer? Também ela foi autorizada a prosseguir viagem. Mais tarde veio um burro que explicou igualmente os motivos da sua fuga: Querem nomear-me ministro!
Referi os anos 60 e vou voltar a eles por causa da questão da inteligência. Era uma história que se contava do tempo dos faraós e da escrita hieroglífica, essencialmente ideográfica, ou seja, em desenhos simplificados. Os garotos na escola usavam uma pedra, sim, mas não uma ardósia como no meu tempo. Era uma pedra tosca e, em vez de lápis, serviam-se de escopo e martelo. Um dia, estavam a fazer um ditado. O professor disse em voz bem alta: O Faraó! e eles começaram todos a esculpir a imagem do faraó. O professor prosseguiu: O Faraó, o mais inteligente! E como no Médio-Oriente os cornos eram um sinal de inteligência (lembram-se das imagens de Moisés com as tábuas da lei e os cornos luminosos na testa?) puseram-se todos a esculpir uns grandes cornos no faraó. O professor prosseguiu: O Faraó, o mais bondoso! e todos se lançaram a esculpir um enorme coração no peito do faraó. O professor continuou: O Faraó, o mais viril! Os alunos atiraram-se de novo a esculpir e um miúdo pôs o braço no ar. O professor autorizou-o a falar e ele perguntou: Senhor professor, o mais viril escreve-se com duas bolas ou com três?
Como vêem, os egípcios não tinham problema com a visibilidade da inteligência e exibiam-na. Pelo menos o faraó podia fazê-lo. O nosso Salazar, por exemplo, não gostava nada da inteligência. Vou vender esta pelo preço que a comprei. Há quatro décadas, li num livro intitulado Contemporary Portugal, do inglês Richard Robinson, uma afirmação – traduzida em inglês, para meio mundo ler – atribuída a Salazar. O nosso líder teria dito que o povo português é pouco inteligente. Já viram? Aquilo é que se chama mesmo julgar os outros por si.
Nunca encontrei prova da autenticidade dessa frase, mas suspeito que, a ser verdadeira, Salazar terá ido bebê-la ao livro A Arte de Ser Português, de Teixeira de Pascoaes, o ideólogo do movimento da Renascença Portuguesa que escreveu que os portugueses não são dotados de inteligência, são bons é na poesia; temos é uma alma poética.
Já lá iremos porque isso vai directamente bater no tema desta mesa. Se alguém achar que eu estou a inventar, cito verbatim do referido livro de Teixeira de Pascoais. A Arte de Ser Português: “O génio lusíada é mais emotivo que intelectual. Afirma e não discute. Quando uma ideia o comove, despreza a dialéctica; e é sendo e não raciocinando que ele prova a sua verdade. E continua Pascoais dissertando sobre os portugueses: A emoção afoga a inteligência, ultrapassando-a como força criadora. E assim corresponde à nossa superioridade poética uma grande inferioridade filosófica (pp. 96 da minha edição de 1978). Mas calma! não exultem vocês os escritores pensando que o juízo de Teixeira de Pascoais se aplica só aos filósofos. Ele também manda a sua bem mandanda a todos vós. Cito de novo: o escritor português é muito mais espontâneo e emotivo do que intelectual. […] Eles ganham, em expressão vivente, o que lhes falta em força dialéctica e construtora de pensamento. (p. 84).
Com tudo isto, admiram-se vocês de a primeira vez que eu ouvi a piada que vou contar ter sido sobre um português? Era um canibal num restaurante a quem o empregado entregou a ementa. Dali a pouco o canibal chamou o empregado e, muito intrigado, peguntou: Como é que um prato de cérebro inglês custa 10 dólares; um de cérebro francês custa 15 e um português custa cem dólares? O português tem assim tanta qualidade? Não, não é isso! – responde o empregado meio a pedir desculpa. É que sabe lá de quantos portugueses precisamos para conseguir um pratinho de cérebro…
Hoje já não se contam piadas étnicas destas porque são insultuosas, mas há que compreender-lhes o contexto. Foram alimentadas por cérebros como o de Salazar e Teixeira de Pascoaes, por sinal um grande poeta, que o mesmo se não pode dizer do ditador. Hoje estas piadas são dissimuladas, sendo atribuídas a louras que, coitadas, pagam as favas por serem brancas e por isso podem ser ridicularizadas. A que vou contar também ouvi primeiro referida a portugueses, mas hoje descarrega-se injustamente o riso nas louras.
Um dia, um génio apareceu a um emigrante português nos Estados Unidos e disse-lhe: Este é o seu dia de sorte. Expresse-me um seu desejo que eu o realizarei. O homem, meio incrédulo, lá disse: Vivo aqui nos EUA há muitos anos mas não gosto nada, só gosto mesmo é do cheque que recebo no fim-de-semana. Adoro é Portugal e morro de saudades da minha terra. Mas tenho muito medo de andar de avião. Gostaria muito de ter uma ponte entre Newark e Lisboa para ir todas as semanas passar o fim de semana à minha querida terra, a Murtosa. O génio ficou subitamente preocupado. Sabe? Isso poderia fazer-se, mas alguns pilares dessa ponte teriam de assentar nos Açores e aquela terra é perigosoa, muito instável, sempre cheia de vulcões, terramotos, ciclones. Não iria ser possível garantir segurança no vão central da ponte. Nunca me aconteceu não realizar um desejo de um contemplado, mas hoje tenho de admitir que não posso. Por que não me pede outra coisa? Então o murtosense disse: Nasceu-me há pouco tempo uma filhinha e está a crescer-lhe muito cabelo louro. Estou com medo porque eu gostava que ela fosse inteligente e tirasse um curso, para não ter de ir trabalhar toda a vida duramente numa fábrica como eu. O génio ficou ainda mais preocupado, franziu o semblante e disse: Ouça. Diga-me cá uma coisa: quantas faixas queria naquela ponte?
Tenho de parar com estas piadas ou pelo menos contrabalançá-las vingando a minha gente com uma em que o estúpido é um americano da Central Intelligence Agency, a CIA, supostamente o supra-sumo da intelligentsia americana. Foi logo a seguir à Segunda Guerra, quando Lisboa era ainda um grande centro de espionagem. Um agente secreto americano veio a Portugal saber um segredo que só a ele seria entregue e que ele levaria directa e exclusivamente ao Presidente dos EUA, Harry Truman. Ele trazia apenas um endereço e um nome, Jaime Costa, mas tinha rigorosas instruções para só proferir esse nome depois de bater à porta e de lhe aparecer um homem. O agente da CIA chegou a Lisboa, seguiu à risca as instruções e encontrou a rua, o número da casa e foi direitinho ao 2º andar. Bateu à porta e apareceu logo um homem. O agente pronunciou a senha: Jaime Costa. O senhor da casa respondeu: Sim, sou Jaime Costa, mas o senhor deve querer é o Jaime Costa espião que mora no 4º andar esquerdo.
Não é apenas na frase que nos deram para tema desta mesa que a inteligência está associada à visão. “Inteligir” é ver – melhor, é ver dentro. Por isso, é estranho que nos digam que a inteligência se não deve ver na literatura. Tenho de facto problemas com essa frase. Sabem a história da mulher que telefonou muito zangada para o médico do marido: Senhor doutor, o meu marido toda a vida me achou bonita e repetia-me todos os dias que eu era a mulher mais bonita que conhecia, repetia sempre que eu mantinha a casa arrumada e asseadíssima, que a roupa que eu usava era finíssima, mas desde que foi a uma consulta consigo o senhor deve ter-lhe receitado qualquer porcaria de medicamento que ele agora acha-me enrugada, suja, mal vestida… Que droga foi que lhe deu? O médico surpreendido: Creio que a senhora está confundida e nem sequer parece conhecer a minha especialidade. Eu não receitei droga nenhuma ao seu marido, apenas lentes de contacto.
Sim, uma questão de visão que neste caso nada tinha a ver com a inteligência, ao contrário daquela outra história em que um amigo diz ao outro: Ora, ora, o solteirão eterno, que se gabava de ser mais inteligente que os outros e por isso nunca casaria! Afinal parece que virou burro, vai mesmo casar! – Não, não é nada disso! – explicou o amigo. É que eu estava farto de andar há anos a encolher a barriga!
Solução visivelmente inteligente, mas não literária, a não ser que nos ponhamos a adivinhar que no futuro desse ex-solteirão haverá matéria de romance. Inteligente também foi aquele deputado na Assembleia da República que, num discurso, afirmou que metade da Assembleia era composta de burros. O presidente da sessão interrompeu-o e obrigou-o a retirar a afirmação. Então o deputado emendou: Eu retiro a frase de há pouco. Não é verdade. Metade desta Assembleia não é composta de burros.
Sim, sim, não precisam dizer-me. Também eu reconheço que já estou a abusar com histórias de burros e burrice. Ora bem. Como há aqui autores de literatura infantil, voltar-me-ei por instantes para a inteligência das crianças pois elas sabem ajustar-se inteligentemente aos tempos que correm e muito melhor do que nós. Foi em Lisboa, entre a gente do jet-set das telenovelas e da revista Caras. Duas garotitas na escola conversam e uma diz à outra: A minha mãe vai casar para a semana e eu vou ter um novo pai. – Quem é? – perguntou a amiga. Fulano! – e disse o nome do actor. Ah! – reage a amiguinha: Olha, vais gostar dele! Foi meu pai no ano passado.
Bem. Literatura inteligência invisível? Será mesmo? Já veremos. Apetecia-me, porém, antes disso, se não fosse parecer prosápia, citar Kant. Decido afinal faze-lo estritamente por vir a propósito. Há dias, a pedido de um colega meu, tive de dar um seminário de pós-graduação sobre a Crítica do Juízo Estético, de Kant. Os alunos leram as duzentas páginas do maçudo texto e a aula de duas horas e meia serviu para conversarmos sobre a obra. Ao reler esse texto em que nunca mais tocara desde os meus tempos de estudante, apercebi-me de um interessante pormenor. Kant diz que o belo surge quando ocorre um jogo entre os sentidos e a inteligência. Este jogo está associado a algo que produz gozo, algo que dá prazer. Ora eu há alguns anos que repito aquela frase de George Scialabba, a imaginação é a inteligência a divertir-se, e nunca me tinha apercebido do carácter kantiano dela. Não sei se o criativo autor ítalo-americano estava a pensar em Kant quando sintetizou tão magistralmente a interacção da imaginação com a inteligência, algo fundamental no fenómeno estético e que tanto deve ter feito suar Kant ao procurar descrevê-lo. Para um mestre da palavra e da criação literária, uma simples pincelada consegue captar algo profundo, precisamente por ele saber pôr a inteligência a jogar com os dados dos sentidos.
Tudo isto para para frisar que não é apenas a inteligência que faz literatura, por mais que ela se esconda. Pode esconder-se, mas tem de mostrar-se a brincar, a jogar com as palavras e as imagens. E isso tem de ser visível ao leitor. Na verdade, não está o Dom Quixote cheio de inteligência a olhos vistos, o Shakespeare também, e os nossos idem, o Camões, o Pessoa e o Gil Vicente, não revelam inteligência a meter-se-nos pelos olhos dentro? Quando Andy Warhol disse que a beleza é um sinal de inteligência estava a ecoar Kant, tal como Pessoa quando pôs em verso que o binómio de Newton é tão belo como a Vénus de Milo. Estavam a tocar nessa capacidade de a inteligência jogar, gozar, deleitar-se usando os dados recolhidos da experiência sensorial. O seu divertir-se não tem necessariamente a ver com riso, e a maior parte das vezes nem tem mesmo nada de riso. É gozo, ou deleite porque, mesmo quando um leitor tem em mãos um romance profundamente triste ele só o aprecia como obra literária quando a leitura lhe dá prazer, deleite, gozo. Mas isso é tudo visível sem que, claro, seja preciso apontar nem chamar a atenção para a inteligência. Quanto mais subtil, mais inteligente. Nada como as piadas óbvias que eu vim para aqui contar, porque isso é que é perfeita burrice. É a velha questão da diferença entre o show e o tell da teoria da literatura: a boa escrita mostra mas não diz, não explicita. Não exibe a inteligência mas mostra a acção, a intriga, o desenho das personagens, a construção da trama, sempre ilustrando em vez de explicar porque o leitor inteligente não gosta que lhe digam, que lhe falem de alto nem que lhe debulhem erudição ou ditem sabenças. Ele prefere descobrir por si. (Um dia um escritor começou a desconfiar que não estava a melhorar nada a sua escrita e que, muito pelo contrário, estava mesmo a piorar. Foi ter com um amigo que foi muito sincero com ele: Não, cá nada! Estás a escrever como sempre escreveste! O teu gosto é que está a melhorar muito!). Mas retomo o fio à meada: o escritor não pode pensar que o inteligente é ele e o seu público uma cambada de brutos, porque afinal somos todos inteligentes, (apesar de portugueses, gostaria eu de ter podido lembrar a Salazar e a Pascoais). Estou a ser simpático comigo e com vocês, está claro. Porque há quem pense que neste mundo somos todos obtusos. Houve até um autor super-pessimista que disse que um sinal seguro de que há vida inteligente no universo é que até hoje nunca ninguém tentou contactar-nos. Prefiro ser optimista e acreditar que a estupidez é uma desgraça por nenhum de nós merecida. Se estamos aqui, é porque queremos aprender com escritores que revelam inteligência na literatura que escrevem (uma vez um crítico disse de um autor que ele escrevera um livro de literatura infantil, se bem que não tivesse sido essa a sua intenção), e os escritores estão aqui porque há esta sala apinhada de gente quem quer aprender e sabe bem ver o invisível da literatura inteligente, que vale a pena ser lida porque um leitor, mesmo que se sinta ignorante perante a imensa luminosidade cornuda dos escritores (calma! lembrem-se da minha história do faraó!), perante o brilho cintilante que ressaltou destas mesas aqui no palco, reconhece a grande diferença entre a ignorância e a estupidez: é que a ignorância tem cura, e por isso vem cá às Correntes à procura de de boas terapias. Saibamos nós, a gente das mesas, dar-lhas. O problema é que, muitas vezes, os escritores estão como o médico naquela história – e esta prometo que é mesmo para terminar: num hospital, perguntaram a um doente: O senhor é estúpido? Por que raio fugiu da mesa das operações? O doente explicou: Porque ouvi a enfermeira dizer: Não tenha receio! Uma operação ao apêndice é uma coisa muito simples. – E vai daí?! – Vai daí?!…. Ela estava a dizer isso ao médico!
Quer dizer, muitas vezes andamos tão às cegas, tão sem visibilidade nenhuma. A verdade é que os escritores, além de andarem muitas vezes às cegas, também estão longe de saber tudo e nalguns casos parecem mesmo perdidos. Fazem até lembrar a conversa daquelas duas amigas: O teu marido é muito culto e inteligentíssimo. Dá a impressão que sabe tudo! E a outra: Oh! Não!…. Ele nem sequer suspeita de nada!
Onésimo Teotónio Almeida
(*) Texto apresentado pelo Prof°Doutor Onésimo T.Almeida nas Correntes D’Escritas da Póvoa de Varzim.