“A ti, Andorinha” (…)
(Imaginei se o “Che Guevara” me escrevesse,
o que ele me escreveria…)
(Imaginei se o “Che Guevara” me escrevesse,
o que ele me escreveria…)
(…) “A ti, Andorinha que és livre sem querer;
a ti amiga, que voas ao sabor do vento…
A única que me consegue compreender;
por seres pura de sentimento…
À procura de algo, voas sem parar;
atravessas continentes e oceanos…
E não consegues encontrar;
o que procuras há tantos anos…
Espero que um dia venhas a achar;
o que tanto continuas procurando…
E, nesse dia, possas pousar;
já teu ninho planeando…
Estás cansada! Queres parar;
mas há mais umas milhas por fazer…
E desejas apenas pousar;
ser livre ou simplesmente morrer…
Preferes a morte à dependência;
odeias compromissos e voas sozinha…
Liberdade e independência;
é o que te desejo… A ti, Andorinha!” (…)
Zeca Soares (Andorinha)
in Essência perdida,
[Ponta Delgada], Nova Gráfica, 2002.
Soares, José Manuel Carvalho, (1973), animador sociocultural, conhecido por Zeca Soares Andorinha natural da freguesia de Fajã de Baixo, ilha de São Miguel. Além da terra natal, tem trabalhado no continente e nas ilhas do Pico e Terceira.