Em nota de imprensa, o deputado regional do PSD Bruno Belo, eleito pelas Flores, congratulou-se com a "apresentação do projeto para a obra do porto comercial" da ilha das Flores, conhecido esta semana, mas disse temer que a obra "sofra os atrasos do costume".
"Mais importante do que esta apresentação será sempre a efetivação da obra, a sua realização no terreno", declarou Bruno Belo, citado em comunicado.
O social-democrata afirmou que o governo já se encontra "em plena campanha eleitoral" para as eleições regionais, referindo que o projeto apresentado pelo Governo Regional "não passa de um estudo".
Bruno Belo realçou que os "florentinos já estão escaldados com outros estudos de outras obras que foram apresentados, como aconteceu com o porto das poças", em Santa Cruz, um estudo apresentado em 2012 e que foi "alterado por diversas vezes".
O deputado do partido na Assembleia Regional salientou que existem "diversas obras marítimas" na região, que depois de concluídas "apresentaram problemas e cujos estudos não terão tido o rigor necessário".
"O essencial é que o que for construído dê resposta às necessidades da ilha, esteja de acordo com os propósitos da sua construção e tenha acauteladas aquelas eventualidades que são depois dadas como impossíveis de prever", apontou Bruno Belo.
Na quarta-feira, o presidente do governo açoriano, Vasco Cordeiro apresentou nas Lajes das Flores o estudo para a reconstrução e reordenamento do porto comercial da ilha, cerca de 10 meses após a passagem do furacão Lorenzo, que destruiu por completo a principal infraestrutura portuária das Flores.
O investimento total estimado para esta obra é de 180 milhões de euros, tendo o presidente do governo referido que a obra constitui uma "intervenção estruturante e ambiciosa" que permitirá "repensar toda a aérea portuária" atingida.
A passagem do furacão Lorenzo, em outubro de 2019, causou graves danos em setores públicos e no setor empresarial privado, com perdas estimadas pelo executivo açoriano em cerca de 330 milhões de euros.
O Governo da República demonstrou disponibilidade para cobrir cerca de 85% desse valor, dividindo-se o restante entre o Fundo de Solidariedade da União Europeia e o esforço da região.