O anúncio foi feito pelo próprio, na sua página de Facebook, onde admite que vai abraçar "um excitante novo desafio".
"Apesar de estar triste em deixar a incrível Kunsthalle Lissabon, estou muito contente por ter sido selecionado para diretor do Arquipélago Centro de Artes, o extraordinário centro de artes dos Açores", afirma João Moura, na mesma publicação.
O curador codirigia, com Luís Silva, o projeto cultural de Lisboa e sucede a Fátima Marques Pereira que, depois de cinco anos na direção do centro de artes açoriano, apresentou a sua demissão em janeiro.
À agência Lusa, o novo diretor do Centro de Artes Contemporâneas, que assume funções em outubro, adiantou que que desenvolver "a ideia de criar uma comunidade à volta do Arquipélago".
João Mourão quer "pensar como é que, localmente, o Arquipélago se pode tornar relevante, como é que, localmente, o Arquipélago se pode tornar um centro que serve pessoas, quase um centro comunitário, que dá as boas-vindas a toda a população e que, de algum modo, vá alicerçar os artistas locais", concretizou.
"Não tendo os Açores uma Universidade com cursos artísticos, interessa-me que o Arquipélago possa ser um pouco esse sítio de formação. Perceber que necessidades é que existem na comunidade local e que o Arquipélago pode ser um facilitador dessas relações e dessa formação", prosseguiu.
João Mourão foi diretor das galerias municipais da Câmara Municipal de Lisboa, diretor do departamento de Ação Cultural da Câmara Municipal de Lisboa, fez curadoria de várias exposições, nacional e internacionalmente, e foi professor de curadoria nas Universidades Nova de Lisboa e Católica Portuguesa.
Nos Açores, já tinha colaborado com o festival de artes Walk&Talk.
Atualmente, liderava o projeto Kunsthalle Lissabon, que foi lançado em julho de 2009, em conjunto com Luís Silva, com o objetivo de apresentar exposições de artistas portugueses e estrangeiros, e também de editar livros de artista e monografias, num total de 14 volumes publicados numa década.
Em fevereiro de 2019, João Mourão afirmou à Lusa que a galeria ia comemorar a sua primeira década "simplesmente desaparecendo do panorama artístico da cidade, e parando para refletir", mas garantiu que o espaço ia continuar a funcionar.
A paragem, que durou um ano, tempo em que o espaço foi partilhado com outros projetos internacionais, terminou em fevereiro, antes de ser encerrada pela pandemia em março, mas já reabriu com programação própria, e assim se planeia manter, agora apenas sob a direção de Luís Silva.