A secretaria regional da Saúde e Desporto determinou a abertura de um inquérito para apurar as circunstâncias em que ocorreu o atraso de 14 horas de uma evacuação médica por via aérea de uma mulher de 67 anos de idade da ilha Graciosa.
Segundo apurou o Diário Insular, a idosa deu entrada na Unidade de Saúde da Graciosa por volta das 22h00 do passado sábado, altura em que foi solicitada a evacuação médica, por via aérea, que apenas se concretizou com a sua entrada no Hospital da Terceira às 12h15 de domingo. A mulher acabou por falecer.
A evacuação foi efetuada com o recurso a um avião C-295, uma vez que os dois helicópteros EH-101 estavam avariados na Base das Lajes nesse dia.
Este episódio foi abordado na Assembleia da República pelo deputado do PSD eleito pelos Açores, Paulo Moniz, que questionou o ministro da Defesa Nacional, João Gomes Cravinho.
Paulo Moniz confrontou o ministro da Defesa Nacional com "um grave incidente, ocorrido na Ilha Graciosa, quando uma avaria simultânea nos helicópteros EH-101 da Força Aérea Portuguesa (FAP) fez com que a evacuação de uma doente demorasse 14 horas a ser feita".
O parlamentar social-democrata relatou a João Gomes Cravinho os factos "ocorridos às 22h01 do passado sábado (dia 12), quando um pedido de evacuação urgente da Unidade de Saúde da Ilha Graciosa para uma senhora de 67 anos, tendo como destino o Hospital do Santo Espírito da Ilha Terceira (HSEIT), ficou condicionada pelas avarias de ambos os aparelhos, acabando a operação por ocorrer às 10h15 do dia seguinte, com a utilização de um avião C295, tendo a doente chegado à Terceira às 12h15".
O deputado do PSD adiantou que "10 minutos após o pedido, saiu uma equipa médica do HSEIT para a Base das Lajes, onde deveria ter embarcado num Merlin EH-101, mas as avarias referidas fizeram com que a FAP abortasse a missão. A peça em falta, que repararia o aparelho, só chegaria durante a tarde do dia seguinte".
Perante essa situação, Paulo Moniz revelou que "a FAP informou então que o C-295 não poderia operar na Graciosa, pois a pista do aeródromo local não possui certificação para voos noturnos, pelo que a deslocação apenas aconteceu na manhã de domingo (dia 13), tendo a doente chegado ao HSEIT mais de 14 horas depois".