A África foi seu berço. O vento quente embalou seu sono, o sol fulgente iluminou seu caminho e a terra morena acolheu seus passos até a idade de 26 anos. As cores da mãe-África inspiraram sua arte. Vermelho,marron,amarelo. Um cromatismos de cores fortes que falaram de um povo e suas lutas na difícil arte de sobreviver. Nas telas, o seu pincel escreveu a sua história de homem que veio da África e documentou com muita luz a vida da sua gente,desde Luanda.
O Homem-artista em 1975, há trinta e quatro anos, escolheu os Açores para viver, ali criou laços e ficou. Virou açoriano,por opção. Vive seu tempo,momentos,instantes eternizandos na sua arte pictórica de grande beleza. Sua arte é sua voz, seu grito, seu hino. Por todas as latitudes se faz ouvir e nos faz vibrar com emoção.
A Câmara Municipal de Ponta Delgada, em janeiro último, abriu as portas do seu Centro Municipal de Cultura para a exposição do artista Ferreira Pinto, um dos mais respeitados nomes das artes plásticas açorianas :”Tempo no tempo – Trancendendo o espaço e o tempo” que tem recebido aplauso e merecido o maior louvor por todos que a visitam, encantados pela magia e beleza da sua obra.
Uma mostra que poderá ser vista até o dia 21 de março próximo.
Tenho o maior prazer de apresentar o artista e amigo António Ferreira Pinto pela expressão máxima de sua Arte, pela historicidade de sua obra, pelo componente mítico e onírico de sua mensagem pontificada em cada tela como um canto a vida, ao universo e ao nosso tempo de ser.
Para reverenciá-lo, com a devida permissão de seus autores e do pintor, publico no Comunidades os textos do Dr.Luís Rocha e da jornalista Teresa Tomé sobre a recente mostra aberta em Ponta Delgada e textos dos escritores Emanuel Félix, João de Melo e Adelaide Freitas que em anos passados derramaram seu olhar embevecidos sobre a Arte de Ferreira Pinto e que exprimiram com sabedoria sobre a Arte de Ferreira Pinto e tudo que ela representa para os açorianos e para todos que respeitam e reconhecem a palavra livre dita,escrita entre pena e pincéis.
No passado e no presente, Ferreira Pinto é um artista que dignifica com sua Obra a Cultura dos Açores, do mundo português e dos seus muitos amigos brasileiros,admiradores de sua Arte.
Lélia Pereira da Silva Nunes,
Praia da Jaguaruna,19 de fevereiro de 2010
Brasil
Sobre o pintor e sua Arte cabe dizer:
A sua vasta obra encontra-se representada com destaque no país e estrangeiro, nomeadamente nos Açores, Madeira, Porto, Lisboa, Brasil, Angola, Itália e Espanha,como por exemplo: na Presidência da República, Governo Regional dos Açores, Assembleia Legislativa Regional dos Açores (Horta), Gabinete do Ministro da República dos Açores, Universidade Federal de Sta. Catarina (Brasil), Está presente em Museus, instituições públicas e integra diversas colecções particulares em Portugal e no Estrangeiro.
É membro e está representado em “ Davinci Gallery, Arte África, ArteHaria, Galeria 74, Arte Aberta, Artistas Portugueses, Galeria Aberta, Fineartsportugal e Brazil Art Gallery.
Do vasto número de exposições destacam-se as individuais realizadas no Rio de Janeiro (no Museu Histórico Nacional), em Boston, Lisboa, Porto, Madeira e Açores e as colectivas em Itália, Espanha, Brasil, Angola e muitas em Portugal – Lisboa, Porto e Açores.
Autor de diversas capas de livros, nomeadamente, “O Ideal Contrário” de Reinaldo Ribeiro, “Emboscada” de José Sabino Luís, “Solidão de Verdade” de Cunha de Leiradella, “Quase… de Corpo Inteiro” de Vilca Merizio, “Gente do Monte e do Mundo” de Jorge Arruda, “Era uma vez o Tempo – Diário 5” de Fernando Aires e “Nove Rumores do Mar” – antologia de poesia açoriana contemporânea ( pág. Interior).
Referenciado com o texto “ Ferreira Pinto e a sua açorianidade” da autoria de Vamberto Freitas no livro de ensaios “ Entre a Palavra e o Chão – Geografias do afecto e da memória” e representado em “Mitos da Arte – Antologia de Pintores Portugueses Contemporâneos”.
Premiado em exposições colectivas em Luanda – Angola com as obras “Nevoeiro” – 1963 – 1º Prémio, “Nocturno” – 1963 – 1º Prémio e “Boémio” – 1965 – menção honrosa.
Recentemente, foi premiado com a obras, “Espaço do mundo da energia fluida” – 1º Prémio (Menção Honrosa Grau PLATINA) na Exposição CAMPIN’ART 2009, Faro e “Entre Mundos” – 3º Prémio (Menção Honrosa Grau PRATA), na Exposição PICTOREMAS, Aveiro.
Sócio da Sociedade Nacional de Belas Artes.
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Créditos: Imagens de quadros e fotos foram cedidas por Ferreira Pinto;
A imagem do quadro que representa uma das mais lindas e queridas paisagem da ilha de São Miguel é acervo pessoal tanto quanto o seu original que embeleza o meu gabinete de trabalho. Lélia Nunes