A dimensão icônica de Willy Zumblick
Quantos metros quadrados de tela ele já cobriu com as suas imagens e temas? Perguntou-lhe, Guido Mondin (1912-2000), artista plástico e político gaúcho, em setembro de 1993. Nem Zumblick soube quantificar. E muito menos a família e os estudiosos de sua monumental obra pictórica, entre os quais eu me incluo. O que importa, de fato, é o seu incontestável talento, a sua assinatura inconfundível ao dar vida às formas e personagens, o exímio cronista do pincel e do cinzel, permitindo flanar a emoção e nos remeter ao universo mítico da genialidade criativa do artista e do admirável humanista. A expressividade, a exuberância cromática em movimento e a luz fulgente sempre presentes nas suas telas, o faz senhor de uma tipicidade singular. No desenho da renda tecida por mãos encantadas a entrelaçarem os bilros do tempo, no imenso patchwork da memória, a arte de Willy Zumblick representa a imensurável dimensão icônica do artista na expressão maior da cultura catarinense.
Nos seus 94 anos de vida, 75 dos quais dedicados à pintura, Willy Alfredo Zumblick, pintor regionalista, ilustrou com paixão a história, os costumes e as tradições de Santa Catarina, sendo que a História de Santa Catarina, o conflito do Contestado, a epopeia de Giuseppe e Anita Garibaldi, a Cultura Popular, a Festa do Divino Espírito Santo e a Bandeira do Divino simbolizam os grandes temas de sua vasta produção artística.
A propósito, no ano de 2021 comemora-se o Bicentenário de Nascimento de Anita Garibaldi. A coleção O Trajeto de Anita, de Willy Zumblick, verdadeiro documento histórico visual, eterniza a saga épica da heroína e da mulher, orgulho dos catarinenses, em 18 quadros, óleo sobre tela, pintados entre 1952 e 1984.
Neste sábado, 26 de setembro, celebramos o 107° aniversário do artista plástico Willy Alfredo Zumblick, dono de uma obra de grande qualidade genética e de um estilo fascinante, representada nas artes plásticas – pintura e escultura, e nas artes literárias – crônica e “quadrinhas de pé quebrado”. Importante componente da memória coletiva e cultural de Santa Catarina. Cabe perguntar: o que falta ao Estado de Santa Catarina reconhecê-lo com Patrimônio Cultural Imaterial e registrá-lo no Livro dos Saberes onde ficam os grandes Mestres?
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