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Este conteúdo fez parte do "Blogue Comunidades", que se encontra descontinuado. A publicação é da responsabilidade dos seus autores.
Imagem de A MAIOR TRAGÉDIA DE NOSSAS VIDAS —

Fabrício Carpinejar
Comunidades 28 jan, 2013, 23:39

A MAIOR TRAGÉDIA DE NOSSAS VIDAS — Fabrício Carpinejar


Nosso sentimento de profundo pesar pela grande tragédia ocorrida na cidade de Santa Maria,no Rio Grande do Sul, Brasil e que vitimou 236 jovens.
Às familias enlutadas o nosso abraço solidário,
Aos irmãos brasileiros a partilha da dor por tão triste perda.

Irene Maria Blayer
Lélia Pereira da Silva Nunes

Blog Comunidades da RTP Açore
s










Germano Roratto,especial DC

A MAIOR TRAGÉDIA DE NOSSAS VIDAS

Fabrício Carpinejar

Morri em Santa Maria hoje. Quem não morreu? Morri na Rua dos Andradas, 1925. Numa ladeira encrespada de fumaça. 

A fumaça nunca foi tão negra no Rio Grande do Sul. Nunca uma nuvem foi tão nefasta. 

Nem as tempestades mais mórbidas e elétricas desejam sua companhia. Seguirá sozinha, avulsa, página arrancada de um mapa. 

A fumaça corrompeu o céu para sempre. O azul é cinza, anoitecemos em 27 de janeiro de 2013. 

As chamas se acalmaram às 5h30, mas a morte nunca mais será controlada. 

Morri porque tenho uma filha adolescente que demora a voltar para casa. 

Morri porque já entrei em uma boate pensando como sairia dali em caso de incêndio. 

Morri porque prefiro ficar perto do palco para ouvir melhor a banda. 

Morri porque já confundi a porta de banheiro com a de emergência.

Morri porque jamais o fogo pede desculpas quando passa. 

Morri porque já fui de algum jeito todos que morreram. 

Morri sufocado de excesso de morte; como acordar de novo? 

O prédio não aterrissou da manhã, como um avião desgovernado na pista. 

A saída era uma só e o medo vinha de todos os lados.

Os adolescentes não vão acordar na hora do almoço. Não vão se lembrar de nada. Ou entender como se distanciaram de repente do futuro.

Mais de duzentos e quarenta jovens sem o último beijo da mãe, do pai, dos irmãos.

Os telefones ainda tocam no peito das vítimas estendidas no Ginásio Municipal. 

As famílias ainda procuram suas crianças. As crianças universitárias estão eternamente no silencioso. 

Ninguém tem coragem de atender e avisar o que aconteceu.

As palavras perderam o sentido.

 

________________________________

Nota: O autor Fabrício Carpinejar é escritor. Poeta. Assina coluna no Jornal Zero Hora de Porto Alegre, do Grupo RBS.

O texto acima foi publicado no seu perfil do Facebook em 27 de Janeiro de 2013.

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