A note: João, You’re a good guy!
July 18
The news reached me from Brazil via Lélia Peres Nunes: João Ubaldo Ribeiro
has died at age 73.
A great writer, he was a dear human being. Many memories spring to mind of
several encounters with him, with stories in between. João was
indefatigable at story-telling. And at making them up.
I recall two, from the Correntes d’Escritas writers’ conferences:
One time Ivo Machado came across him in a hotel bar. João had a sad air and Ivo was puzzled. “Has something happened?”
João, almost whimpering, replied, “I’m turning into a Portuguese poet….
I’m weeping from saudades for my wife.”
In the first year of Correntes in 2000, email was still an uncommon means
of communication for many people. At the close of this great little
conference João, his arm around my shoulders, asked in an affectionate
tone, “Onésimo, do you already use this thing they’re now calling e-mail,
too?”
To my reply in the affirmative he said, “Then would you do your friend
João a favor?”
“Of course I would. You have only to ask.”
One in a while he asked, “Occasionally send me an email telling me, ‘João,
you’re a good guy!'”
You were and you are, João. You’re a good guy!
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18 de Julho
A notícia chega-me do Brasil via Lélia: Morreu João Ubaldo Ribeiro, 73 anos.
Grande escritor, era um querido ser humano. Na mente saltam lembranças de encontros vários com estórias de permeio. O João era imparável a contá-las. E a fazê-las.
Recordo duas das Correntes d’Escritas:
De uma vez, o Ivo Machado cruza-se com ele no bar do hotel. O João tinha um ar triste e o Ivo ficou intrigado: Aconteceu alguma coisa? O João quase choramingando: ‘Tou virando poeta português…. ‘Tou chorando com saudades da minha mulher.
No primeiro ano das Correntes, em 2000, o e-mail ainda era um meio remoto para muita gente. À despedida desse pequeno grande encontro, o João, de braço sobre os meus ombros, perguntou num tom afectivo:
Onésimo, você também já usa essa coisa que agora chamam de e-mail?
À minha resposta em afirmativo, ele:
Então você faz um favor ao seu amigo João? Claro que fazia. Era só mandar. E mandou:
De vez em quando você manda um e-mail pra mim a dizer: João, você é bom!
Era e é, João. Você é bom!