Apresentar "A Ilha de Arlequim" em Florianópolis foi para nós um enorme prazer. Este doc-drama, realizado pelo artista açoriano José Medeiros e produzido pelo Teatro de Giz, para a RTP- Açores, foi exibido em escolas, salas de espectáculos e associações culturais, a mais de 300 pessoas. Na semana passada, gente de todos os quadrantes da ilha de Nossa Senhora do Desterro teve a oportunidade de apreciar o trabalho em digressão.

O filme documenta coincidências inverosímeis na sequência de um naufrágio. Contam-se relações que se estabeleceram entre pessoas e companhias de teatro e histórias em redor da Ilha dos Escravos, a última peça encenada pelo grande Strehler e recontada pelos acontecimentos reais. Em "A Ilha de Arlequim", a representação da mensagem dialéctica de Marivaux, mistura-se com entrevistas e testemunhos, enquadrados pelo ambiente plácido da Ilha do Faial, com um porta-contentores naufragado como pano de fundo.

Partilhar estas histórias de amizade, experiências e emoções, foi a motivação maior para levarmos "A Ilha de Arlequim" ao público de Florianópolis, Santa Catarina. Esta região do sul do Brasil partilha connosco, açorianos, uma cultura distante e próxima que exige ser constantemente aprofundada. Ficámos impressionados com a expressão brasileira da cultura açoriana que renasce aqui e ali e em todos os recantos da bela Floripa.

A amizade e a disponibilidade incansável da Carin (Machado), do Sérgio (Ferreira), da Mena (Wendhausen), do Arante (Monteiro) e da Lélia (Nunes), tornaram esta viagem inesquecível. A todos os nossos novos amigos o mais sentido agradecimento. Esperamos encontrarmo-nos em breve, agora nos Açores.

O interesse da TV Câmara de Florianópolis em divulgar "A Ilha de Arlequim" foi para nós uma grande honra. Obrigado Ricardo von Busse.

A apresentação de "A Ilha de Arlequim" em Florianópolis teve o patrocínio da Direcção Regional das Comunidades e a promoção local da Casa dos Açores Ilha de Santa Catarina com o apoio cultural da Fundação Franklin Cascaes.

Nota sobre os autores:
ANABELA MORAIS: Actriz açoriana,nascida na Horta,Ilha do Faial. Participou como actriz no grupo de teatro "Sortes à Ventura" e em encenações de Fátima Ribeiro e Pedro Monteiro. Foi actriz com grupo de teatro "Hipocrás" no espectáculo "A Mandrágora" de Maquiavel. Foi actriz nas séries televisivas "Mau Tempo no Canal", "Gente Feliz com Lágrimas" e "O Palácio da Ventura" de José Medeiros. É membro fundador do "Teatro de Giz", tendo participado em todos os trabalhos do grupo como actriz, produtora e/ou figurinista. Em "A Ilha de Arlequim" de José Medeiros foi actriz e produtora executiva.Faz parte do Conselho de Cultura da Câmara Municipal da Horta;

 FILIPE MORA PORTEIRO: Natural da Horta, Ilha do Faial em 1964. É biólogo marinho, com doutorado pela Universidade de Liverpool, Reino Unido. Trabalha no Depto.de Oceanografia e Pescas da Universidade dos Açores. Com José Serra é autor da série televisiva documental "Mar-à-Vista" (RTP-A), que conta com mais de 30 documentários.Teve as primeiras experiências teatrais com o grupo TeHor – Teatro Horta, dirigido por António Duarte. No Faial, foi co-fundador do teatro escolar Sortes à Aventura e do grupo Hipocraz. Nesses dois grupos participou em cerca de 5 peças, onde se destaca a "Mandrágora" de Maquiavel. No Teatro de Giz participou em iniciativas culturais isoladas e na peça "Leónia Devora Livros".