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Este conteúdo fez parte do "Blogue Comunidades", que se encontra descontinuado. A publicação é da responsabilidade dos seus autores.
Imagem de A Pena Poética de CARLOS NEJAR
Comunidades 31 jan, 2010, 06:56

A Pena Poética de CARLOS NEJAR

“A ficção de Nejar se distancia dos modelos habituais de narrativa, buscando captar o
impalpável, sendo um domador de sonhos”.

ANTÔNIO CARLOS SECCHIN , crítico.


“A criação tão intensa, tão passional, em Nejar, busca atingir os ápices da solidariedade humana.
O que não é dado em todos os tempos, senão a poucos - a esses em cuja normalidade, há um
‘quantum’ de loucura e outro tanto de santidade”

ANTÔNIO HOUAISS,crítico literário

LUIZ VAZ DE CAMÕES-

Não sou um tempo
ou uma cidade extinta.
Civilizei a língua
e foi reposta
em cada verso.
E à fome, condena-
ram-me os perversos
e alguns dos poderosos.
Amei a pátria
injustamente cega,
como eu, num dos olhos.
E não pôde ver-me
enquanto vivo.
Regressarei a ela
com os ossos
de meu sonho
precavido?
E o idioma não
passa de um poema
salvo da espuma
e igual a mim, bebido
pelo sol de um país
que me desterra.
E agora me ergue
no Convento dos
Jerônimos o túmulo,
quando não morri.
Não morrerei, não
quero mais morrer.
Nem sou cativo
ou mendigo de uma
pátria. Mas da língua
que me conhece
e espera. E a razão
que não me dais,
eu crio. Jamais
pensei ser pai
de tantos filhos.

                               *:*:*:*:*:*

A CASA NÃO TEM FIM

A casa não tem fim
e os inúmeros projetos
no quintal dependurados
entre as roupas.

Devagar
que a vida é pouca
para tamanha resposta.

A casa não tem fim.
começa no amor
e o amor decide em mim.

E os muros roídos,
os cravos,
as persianas nos sentidos,
entreabertos.

Devagar que a vida é solta.

II.

A casa não tem fim .
Há coisas aproveitadas
pelo ano seguinte.
sapatos, malas, poemas.
Um tempo conosco resiste
diferente do tempo,
subterrâneo, por dentro,
quando amamos.

O pessegueiro que
madurou com os pardais
pode secar sem eles.
E o nosso rosto.
Os seres.

A casa não tem fim, Jonas.
Transitarão por ela gerações
e será sempre o mundo recriado
com a linguagem do amor
indeclinável.

(de Casa dos Arreios,1972)

Carlos NEJAR
(n. Porto Alegre, Rio Grande do Sul,1939)
Poeta, ficcionista, ensaísta e crítico literário. É gaúcho e capixaba,pois vive no Espírito Santo.Aposentou-se do magistério e da prática jurídica, mas não abandonou o ofício da escrita.
Membro das Academias Brasileiras de Letras e de Filosofia. Apresenta uma vasta obra ficcional destacando-se RIOPAMPA, O Moinho das Tribulações (2000) – Prêmio “Machado de Assis,” o melhor romance, da Fundação da Biblioteca Nacional (2006) e O Poço dos Milagres (2005), prêmio de melhor prosa poética, da Associação Paulista de Críticos de Arte. Obra poética: Sélesis (1960), Livro de Silbion(1963),Canga(1971),O Campeador e o Vento(1966), O Poço do Calabouço(1974), Árvore do Mundo (1977), O Chapéu das Estações (1978), Um País o Coração(1980), Obra Poética I (1980), Livro de Gazéis (1983), A Idade da Aurora:Fundação do Brasil,1ª e 2ª ed.(1990), Amar: A Mais Alta Constelação (1991);Elza dos Pássaros, ou A Ordem dos Planetas (1993), Aquém da Infância (1995); Os Viventes (1979, 2ªed.1999), Os Melhores Poemas de Carlos Nejar (1998), Teatro em Versos (1999), A Espuma do Fogo (2003), Poesia Reunida: I. A Idade Da Noite; II. A Idade da Aurora (2002-2003), Tratado de Bom Governo (2004), 50 Poemas de Carlos Nejar (2004). Seus trabalhos recolhidos em antologias nacionais e internacionais.
É colaborador da Revista Colóquio/Letras, de Lisboa, e de inúmeras revistas e jornais do País; é membro do PEN Clube do Brasil.
Carlos Nejar em recente viagem à Lisboa apresentou a conferência “Cecília Meireles e o Mar das Descobertas”, na Casa Fernando Pessoa. Na conferência Carlos Nejar destacou o vínculo de Cecília às raízes portuguesas, relacionando o mar de Cecília e o de Fernando Pessoa (Álvaro de Campos) e o mar de Sophia de Mello Breyner Andersen.

Crédito Imagem;www,fabricadosblogs.blogspot.com(2009)

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