A Torre do teu Peito
Crescem torres d’alegria, 
De dia p’ra dia,      		
Sem que a gente pense, 
Postas em papel d’embrulho     
Com laços de orgulho 
De se ser praiense. 
São torres muito bem feitas, 
Esguias, direitas,  
De traço perfeito; 
Mais de quatro, podem crer, 
É tão fácil ver 
Porque estão a jeito, 
Basta olhar cada um, 
Não tem mal nenhum, 
São torres do peito. 
A Praia tem, neste dia,
Torres de alegria     		
Erguidas ao céu.
Cobrem cada uma,
Vestem-lhe um véu.
Desfilam carros de lume
Que deixam perfume 
Na areia molhada.
Chegam marés de mil flores
E juram-se amores
Na noite fechada.
A Praia é este jardim,
A Praia é assim,
E pronto, e mais nada
Nemésio partiu
A caixa à viola,
Quando hoje ouviu
Rufar a tarola.
Saltou para a rua,
Passou-se da tola,
A Praia é mais sua
E agora consola.
Saiu montado,
De telha corrida,
Num cavalo alado
Foi para a Avenida.
Entrou na folia,
Aos ombros do povo;
A festa corria
Como vinho novo.
Comeu e bebeu,
Dançou pela rua
E adormeceu
Nos braços da lua.
E, no seu regaço
Colocou-se a jeito:
Fechou num abraço
A torre ao peito.
Letra: Paulo Codorniz
Música: José Avelino S. Simões Borges
    
 
        