Um dandy velho, todo enfatuádo,
De gran chinó, bigode retorcido,
Com bons pós de sapato mui tingido…
(Oh! que chinélo tão bem engraixado!)
De rubicundo rosto enamorado,
De olhar brilhante, sempre enternecido,
D’ar sorridente, alegre; possuído
Do seu papel – janota, assucarado!
Tal é o nobre e rico D. João,
Que pelos bailes anda, satisfeito,
Dizendo ás bellas: «tenho coração”…
Tem ainda d’amorr repleto o peito;
Arrota vis fumáças de leão,
Mas é no fundo um asno tão perfeito!
(P. D. 1886)
A. C. de Faria e Maia,
Ephemeros – últimos versos da mocidade, Ed. do autor, Coimbra, 1901.
Maia, António Cardoso Machado de Faria e (1853-1930 ), poeta, articulista, natural da cidade