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Este conteúdo fez parte do "Blogue Comunidades", que se encontra descontinuado. A publicação é da responsabilidade dos seus autores.
Imagem de As Duas faces do Dia de Dora Nunes Gago – Por
Teresa Sá Couto
Comunidades 20 dez, 2013, 14:01

As Duas faces do Dia de Dora Nunes Gago – Por Teresa Sá Couto




 
 As Duas faces do Dia de Dora Nunes Gago - Por
Teresa Sá Couto

A voz na dobra do tempo

Em vão corri mundos, não vos encontrei
Por vales que fora, por eles voltei.
António Nobre

 
 
Há seis anos, chegava-me por correio um pequeno livro de contos de um autor que desconhecia: Dora Nunes Gago. O título A Sul da Escrita e um golpe de olho ao interior das páginas prometiam histórias de referências

históricas e pendor memoralista. A escrita delicada, despretensiosa e envolvente impôs a leitura de um fôlego, para uma experiência que perduraria até hoje, altura em que esta novela a restaura e enriquece. No «panteão espiritual» do sul vive agora a voluptuosa princesa desalento, mas Florbela Espanca não vem só: Dora Nunes Gago dá-lhe a opção do passo que ela não deu, do recomeço que ela não ousou, da liberdade que ela sempre quis.

Num puzzle de sintéticas analepses, apresenta-se a vida de duas mulheres, separadas 82 anos, Florbela e Brígida, enjauladas na existência: a uma pesam-lhe memórias de perdas, a outra procura memórias que perdeu, ambas ouvem os relógios ímpios, vigilantes e decisórios, ambas se debatem com o eco das suas identidades, porém enquanto Florbela fixa os olhos na tumular parede branca do quarto, Brígida fixa os olhos nos cortinados brancos, indiciador de destinos distintos. Para conseguir a admirável dramatização, Dora Nunes Gago faz com as suas personagens o que faz o actor: veste-lhes a pele, experiencia-

lhes o bater de coração, as alegrias, os arrepios, as quimeras, os cansaços, os espantos, as dores, para que o leitor cheire o que elas cheiram, ouça o que elas ouvem, sinta o que elas sentem, veja o que elas vêem. Este fazer de laboratório é, pois, o responsável pelo intimismo com o leitor, e, consequentemente, pela adesão à leitura. Ainda neste laboratório da escrita, Dora Nunes Gago usa a linguagem de roteiro que dissemina pelo texto como um mapa, com linhas, superfícies, volumes, e a palavra desdobra-se enchendo os espaços com a brisa, o resmalhar do vento, os «rugidos do mar», o chicotear da chuva, o estrondear proceloso, a névoa que se solta dos cigarros,

sombras, espectros, personagens bem definidas, e o leitor que, enredado nisto tudo, com o tudo se tatua, de uma tatuagem resistente e colorida.

 

Teresa Sá Couto

 

 

 “A voz na dobra do Tempo” (prefácio) , in  As Duas faces do Dia, Chiado Editora

 

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