Meus Queridos Amigos
Associando-me a esta data histórica que assinala 270 anos da presença Açoriana no Sul do Brasil gostaria de deixar meu contentamento pelo imenso trabalho já feito desde que em 1989 estive aí, numa missão histórica que gostaria de relembrar na medida em que foi pioneira e desbravadora, numa época em que não havia Net, nem telemóvel, nem facilidade de transmissões. Foi o meu sonho de jornalista tornado realidade com alguns apoios que eu procurei, entre eles, o Banco de Manaus, e a fantástica equipa da Rádio Diário da Manhã, da Rádio Atlântida e todo o grupo da RBS, que percebendo o alcance da minha reportagem e transmissão simultânea para Portugal e Brasil, envolvendo dois satélites e muita complexidade técnica, não mais me deixaram abandonado. Fomos destaque nas primeiras páginas da imprensa, na rádio e na TV ( Rádio Globo ).
Como a história é feita de factos deixo este testemunho documental para que em vossas investigações não esqueçam este momento ( transmissão no Dia da Mãe) que mereceu em Portugal as maiores honras para mim e para a RDP, pois fui distinguido com o maior Prémio de Jornalismo Português – Prémio Gazeta – entregue pelo Presidente da República, Dr. Mário Soares em Lisboa.
Mais tarde enquanto deputado escrevi com muita tristeza o Voto de Pesar pela morte de Hélio Teixeira da Rosa, aprovado por unanimidade em 9 de Maio de 2000.
Hoje recordo com saudade essa figura bem como Osvaldo Ferreira de Melo, Walter Piazza, Doutor Sachet e Nereu do Vale Pereira, sem esquecer seu " Arantinho" e seu bar em Pântano do Sul.. Recordarei para toda a vida essas figuras que deram protagonismo a uma das maiores reportagens de rádio do Século XX em Portugal.
Foi o maior feito desta casa, a RDP Açores Antena 1 e desculpem a imodéstia, a primeira transmissão Transatlântica, ( e única ) em directo para dois países em simultâneo – Brasil e Portugal – que provocou uma onda na GLOBO nos jornais brasileiros e em Portugal. Além de ter sido o primeiro grande desbravar da descoberta do nosso resgatar na colonização açoriana em Santa Catarina, resultou na atribuição no maior prémio de jornalismo em Portugal entregue pelo Presidente Mário Soares, em Lisboa.
Chama-se: " Vestígios Açorianos no Desterro Brasileiro" e faz parte da antologia de Grandes Reportagens de rádio do século XX. Os meios? Os mais arcaicos possíveis. Além destas fotos, tenho catálogo da cerimónia do prémio e jornais brasileiros..
Na ocasião levei uma carta do Reitor Machado Pires para o reitor da Universidade Federal de Santa Catarina; fui recebido pelo Governador do Estado, fui homenageado com um almoço no Diário Catarinense, com a presença de figuras institucionais e da Igreja; e desbravei um caminho enorme que estava muito adormecido…cheguei com uma mala a uma terra desconhecida e saímos de lá nas primeiras páginas da imprensa brasileiro. Depois em Portugal foi o reconhecimento nacional e nos Açores passou ao lado…
Como já foi há anos ninguém se lembra mas para que conste para a História e para o saber íntimo e pessoal de cada um aqui ficam estas notas
Os meios foram a Nagra, o UHER e uma mala muita velha da E.N. ( emissora Nacional) que a policia mandou abrir no Rio de Janeiro pensando que eramos ( eu e Sérgio Agrelos ) passadores de droga…
Tudo material que está no Museu da RTP e é um dos spots promocionais do próprio museu.
Nunca mais voltei a Santa Catarina mas isso pouca importa. Importa sim o momento e o facto para que não se escreva a Histórica sem a precisão desse momento de mudança nestas relações que agora vejo à distancia com nostalgia e saudade plenas de sucesso.
Com amizade
Sidónio