Azores Fringe no topo do mundo
Foram mais de 250 artistas que participaram na quarta edição do festival internacional de artes, Azores Fringe. A explosão artística dos Açores para o mundo recebeu trabalhos e artistas de 32 países, de várias regiões de Portugal e de todas as ilhas dos Açores.
"Chegamos às 9 ilhas do arquipélago, pela primeira vez," diz Terry Costa, o diretor artístico da MiratecArts, no programa de encerramento que aconteceu esta quinta-feira na Câmara Municipal da Madalena, a vila epicentro do festival. Mais de 7 mil pessoas participaram directamente, não contando com as milhares de visitas às exposições em várias ilhas, incluindo na Gare Marítima da Madalena, o local onde mais pessoas passam diariamente na ilha montanha. A exposição de esculturas Sorrisos de Pedra de Helena Amaral, no Vulcão dos Capelinhos, na ilha do Faial, fica patente até ao outono. A exposição de desenhos de FRANCzero, no Museu de Santa Cruz das Flores, também ficará patente ao público durante o verão.
A Orquestra do Centro de Formação Artística da Madalena, juntamente com o Coro Infanto-Juvenil da Escola Cardeal Costa Nunes, encerraram a maior edição do festival no Átrio dos Paços do Concelho. "Apoiar o desenvolvimento dos nossos jovens artistas e investir em programação didáctica para crianças foi um dos objectivos principais do Fringe deste ano," continua Terry Costa. "Música com bebés foi um programa de sucesso que esperamos continuar. Apoiar entidades nas várias ilhas que abram as portas ao conceito do Fringe, onde não se sabe o que vai acontecer, levou o Fringe a São Jorge, este ano, e ao Atelier de Kaasfabriek. Mais arte no Corvo e Flores, que para o ano acolhe o Encontro e Expedição Fotográfica e, claro, o Pico com a maioria da programação e o acolhimento dos artistas internacionais que investem vir até nós. O Fringe é colaboração, é uma cornucópia de sinergias artísticas e um mês de arte como não existe em mais lugar nenhum do mundo."
Sonhos e objectivos foram realizados, incluindo o concerto de violoncelo de Guilherme Rodrigues no ponto mais alto de Portugal. O projeto já tinha tido várias tentativas mas só agora no Fringe, com o apoio da empresa turística Épico, e de boas condições climatéricas, foi conseguido. "É com grande prazer que completo o objectivo e desejo ser o primeiro violoncelista a subir e tocar no ponto mais alto do nosso Portugal," expressou o músico.
Nesta edição do Fringe, vários projetos foram lançados ou iniciados e veremos o produto no futuro. Foi lançado um projeto de parceria entre entidades do Canadá e Dinamarca com a MiratecArts, assim colocando os Açores no centro deste triângulo internacional; novos desafios para o desenvolvimento de contos e lendas açorianas através da arte de marioneta e fantoche; o Roteiro de Arte Pública na Madalena cresceu com 4 obras; a MiratecArts Galeria Costa lançou um mapa de 1Km de arte na natureza; e, muito mais.
Momentos únicos incluiu uma noite com o vencedor de um Óscar, entre outros prémios internacionais, Christopher Hampton que visitou, aos 70 anos de idade, a sua ilha de nascimento. "Sinto-me em casa e pretendo voltar" foram as palavras de despedida deste homem de letras o mais galardoado Faialista no mundo.
Holly Payton-Lombardo, a diretora executiva do World Fringe, a entidade internacional do movimento Fringe (que engloba cerca de 300 festivais em cidades e regiões de todo o mundo) mandou mensagem a congratular a associação MiratecArts por conseguir chegar a um patamar que a maioria dos festivais desta natureza não conseguem. Esta pretende vir até aos Açores para participar na quinta edição a decorrer no mês de junho de 2017. Os artistas já podem começar (até dia 1 de janeiro) a fazer propostas de participação. O II Encontro e Expedição Fotográfica Fringe vai acontecer na ilha das Flores; o III Encontro Pedras Negras, de escritores açorianos, vai acontecer na ilha do Pico. Shorts@Fringe vai continuar e é um programa de curtas metragens que qualquer entidade nas ilhas pode apresentar durante o Fringe. "Outros programas serão anunciados durante o ano e, claro, os artistas fazem as suas propostas únicas de participação," explica Terry Costa.
O maior festival de artes nos Açores encerrou em casa com artistas jovens a mostrar o trabalho desenvolvido em mais um ano no Centro de Formação Artística da Madalena, alguns deles que de certeza já vão ter suas próprias propostas de participação, num futuro próximo.