Vimos registar os nossos sentimentos de condolências à família Nunes, em particular à querida colega e amiga, Professora Lélia Nunes, pelo falecimento de Sebastião Nunes, seu esposo. A sua partida deixa uma lacuna irreparável.
Sinceros pêsames, querida Lélia, pela perda do teu ente querido. Sabemos que a sua lembrança, do que é ser companheiro e amigo, estará para sempre contigo.
A sua memória permanece e será o refúgio incentivador de força e coragem nestes momentos tristes.
Estamos contigo, e mesmo à distância sente rijamente o nosso caloroso abraço.
Irene Maria Blayer e equipa do Comunidades
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Os Dois Horizontes
Dois horizontes fecham nossa vida:
Um horizonte, – a saudade
Do que não há de voltar;
Outro horizonte, – a esperança
Dos tempos que hão de chegar;
No presente, – sempre escuro,-
Vive a alma ambiciosa
Na ilusão voluptuosa
Do passado e do futuro.
Os doces brincos da infância
Sob as asas maternais,
O vôo das andorinhas,
A onda viva e os rosais;
O gozo do amor, sonhado
Num olhar profundo e ardente,
Tal é na hora presente
O horizonte do passado.
Ou ambição de grandeza
Que no espírito calou,
Desejo de amor sincero
Que o coração não gozou;
Ou um viver calmo e puro
À alma convalescente,
Tal é na hora presente
O horizonte do futuro.
No breve correr dos dias
Sob o azul do céu, – tais são
Limites no mar da vida:
Saudade ou aspiração;
Ao nosso espírito ardente,
Na avidez do bem sonhado,
Nunca o presente é passado,
Nunca o futuro é presente.
Que cismas, homem? – Perdido
No mar das recordações,
Escuto um eco sentido
Das passadas ilusões.
Que buscas, homem? – Procuro,
Através da imensidade,
Ler a doce realidade
Das ilusões do futuro.
Dois horizontes fecham nossa vida.
Machado de Assis, in ‘Crisálidas’