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Este conteúdo fez parte do "Blogue Comunidades", que se encontra descontinuado. A publicação é da responsabilidade dos seus autores.
Imagem de Crônica: O dia seguinte —
Sérgio da Costa Ramos
Comunidades 28 dez, 2013, 02:38

Crônica: O dia seguinte — Sérgio da Costa Ramos

Festa de Natal,1943, pintura de
    Georgina Albuquerque

O DIA SEGUINTE
       ***
Sergio da Costa Ramos

Houve um tempo em que só se abriam os presentes na manhã do dia 25. A gurizada quase não dormia de pura ansiedade. Havia quem amanhecesse ao lado da árvore, a espera da autorização materna para começar a operação-desembrulhe, seguida dos “ós!” da alegria ou dos muxoxos da decepção.

Presente bom é o que agrada, seja modesto ou não. É a novidade da “Navidad”, aquele objeto (o utilitário ou o “brinquedo”), nas suas várias acepções, com que os homens se contemplam, com a intenção de agradar o próximo, seguindo o exemplo dos Reis Magos.

Ou é o “presente de grego” – um “trote” que traz prejuízo ao presenteado – , alusão ao Cavalo de Tróia, na guerra dos Aqueus (povo da Grécia) contra os Troianos.

A grande noite dos presentes foi, claro, a da véspera do Natal. Muitos parentes trouxeram simples “lembrancinhas” para a criançada, de um valor meramente simbólico, nem sempre bem compreendidos – ou “perdoados”.

De minha parte, garoto, aceitava bem qualquer brinquedo, por mais modesto que fosse. Mas pelo simples formato do pacote, rejeitava tudo o que indicasse a oferta de “roupas” acessórias – como uma meia ou uma cueca. Nem abria o pacote…

Os dias seguintes pertenciam ao Paraíso.

A comida continuava boa – aliás, melhor, pois não se sabe bem por que, a ceia da véspera fica ainda melhor no dia seguinte…

Brincar de “carrinho” entre os canteiros, abrindo pistas no chão, com o auxílio de uma enxada, era uma das proibições do “Index” natalino. Os garotos rolavam no chão para empurrar com as mãos os seus bólidos, num mundo em que sequer havia o Fliperama, um “bisavô” dos Videogames e dos Playstations.

A primeira voz de advertência partia de minha avó:

– Ô rapaz pequeno teimoso! Vais ficar sujo que nem pau de galinheiro! Ou pára já com isso ou vou falar com Papai Noel pr’ele não te trazer mais aquela Monark (bike), que querias para este ano…

Minha avó fazia o papel da “mediadora”, aquela entidade que servia de ligação entre a família e a corte do velho balofo. Noéis anoréxicos seriam banidos como filisteus. Todo Papai Noel tinha que ser bem fornido, ter pança e costas largas, além de muque de Tarzan, pra suportar o saco com tantos mimos para a humanidade.

Criança de 8 anos, vivia minha primeira crise de ceticismos, alimentada pelos marmanjos que atiravam risinhos oblíquos de puro desdém aos crédulos.

Cabia às avós, e aos pais, a quem interessava eternizar a inocência dos infantes, sustentar a crença no último ícone da ingenuidade e da candura.

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