Apresentar Luís Fernando Veríssimo não é uma tarefa simples. Afinal, trata-se de um dos mais conhecidos e respeitados cronistas do Brasil. Consagrado como um dos maiores escritores brasileiros contemporâneos com mais de cinco milhões de exemplares de seus livros vendidos e inúmeros prêmios e homenagens recebidas.
Logo, poderia pular esta parte e ir direto aos “posts” de suas crônicas sem delongas e mesuras ou sem derramas de purpurina sobre a sua deliciosa escrita.
Nem pensar! Esta é uma apresentação que não se dispensa pelo contrário se faz com imenso prazer.
Um orgulho de brasileira do Sul que acompanha sua trajetória desde os pampas, onde o Minuano faz a volta e sopra forte em direção às terras Catarinas.
Conheci primeiro o pai, o grande escritor Érico Veríssimo, autor da admirável trilogia “O Tempo e o Vento”: O Continente,O Retrato,O Arquipélago, a maior saga da literatura brasileira publicada entre 1949 e 1962; Incidente em Antares (1971), Olhai os Lírios do Campo (1938), Música ao Longe(1935) e Clarissa(1933) cuja personagem título influenciaria na escolha do nome da minha filha mais velha.
Luís Fernando Veríssimo, conheci nas páginas do jornal gaúcho Zero Hora de Porto Alegre no final dos anos sessenta e de lá para cá se passaram quarenta anos. Sua obra traduzida em crônicas veiculadas nos jornais do País (Zero Hora, O Globo e o Estado de São Paulo), nos mais de quarenta títulos publicados ( A Velhinha de Taubaté, O Analista de Bagé, Ed Mort e Outras histórias, Sexo na Cabeça e As Cobras e Outros Bichos), histórias adaptados para teatro , (Brasileiros e Brasileiras, A Família Brasil e O Marido do Dr.Pompeu); televisão (Planeta dos Homens, Comédias da Vida Privada ) e cinema (Ed Mort e outras histórias). Autor de best-sellers notáveis, como Comédias da Vida Privada e Clube dos Anjos, da coleção Plenos Pecados. Toda a sua obra – revista e atualizada pelo autor – está sendo reeditada pela Editora Objetiva.
Escritor prolífero, nascido para escrever. Ou, como o cartunista Jaguar, do semanário Pasquim, o definiu: “Veríssimo é uma fábrica de fazer humor”
Sua escrita é assim como o Vento Sul, chega sacudindo tudo, zunindo liberta e forte. Crônicas excelentes, ricas em elaboração e conteúdo. Narrativas curtas, histórias de vida que, sem despir da sensibilidade, deixa fluir na escrita criativa, a frontalidade de idéias, a picardia, a ironia, a paródia. Reflete, discute, dialoga, alonga o fato, faz o momento em pequenas crônicas, dando o seu recado, descortinando cenas do cotidiano ou colocando na “berlinda” registros de memória numa linguagem simples, cheia de sutileza e malícia. Escrita com humor afiado que encanta exatamente pelo gosto de provocar, de entisicar com disfarces verbais, de brincar com as palavras, de bolinar com o imaginário do leitor. Um retrato sócio-cultural traçado com inteligência, bom humor ou humor desconcertante.
Enfim, crônicas gostosas como um abraço “cinchado” que enlaça e cativa.
Por último, não posso deixar de registrar o seu amor pelo Internacional (Internacional,autobiografia de uma Paixão) e pelo Jazz, outras artes que também estão presentes na sua criação literária.
Escritor “colorado”, torcedor apaixonado do Sport Club Internacional de Porto Alegre (“Glória do Esporte Nacional…”) já escreveu muito sobre o seu time , o futebol (Sexo e Futebol; O Centroavante) e cobriu várias Copas do Mundo como jornalista.
Nas horas vagas, o autor gaúcho dedica-se a Música. É saxofonista, integra um conjunto de Jazz que periodicamente se apresenta pelo País. Aliás, de 27 a 30 de agosto próximo, no Grande Teatro do Palácio das Artes de Belo Horizonte (MG) na sétima edição do Jazz Festival Brasil, um dos destaques será a banda Luis Fernando Veríssimo e Jazz 6.
Luís Fernando Veríssimo é do Rio Grande do Sul, de antepassados açorianos, nascido na cidade de Porto Alegre – o antigo “Porto dos Cazaes” que no passado 1752 abrigou 60 casais açorianos depois de uma longa e adversa travessia atlântica. É de Porto Alegre onde vive que escreve e se faz ouvir por todo Brasil e muito além, por outras fronteiras e geografias distantes.
Sobre as Correntes d´Escritas assim se expressou LFVeríssimo em fevereiro de 2009: “ um encontro literário que acontece todos os anos em Póvoa de Varzim, a poucos quilômetros de Porto, Portugal, e que este ano reuniu mais de 100 escritores, editores, agentes e pessoas ligadas aos livros e às artes editoriais para comemorar seus dez anos de existência. Póvoa de Varzim, além de ser a terra natal do Eça de Queiroz, já tem esta tradição de reunir gente de Portugal, da Espanha, da América Latina e da África para tratar de literatura e conviver à beira-mar plantados. Neste ano o time brasileiro incluía Moacyr Scliar, Luiz Antonio de Assis Brasil, Adriana Lisboa, Antonio Cícero, Amílcar Bettega, Lêdo Ivo, Daniel Galera, Eucanaã Ferraz, Ivan Junqueira, João Paulo Cuenca e eu. Dias lindos, pouco frio, e não envergonhamos a pátria.”
Títulos em Catálogo:
Aquele Estranho Dia que Nunca Chega
Aventuras da Família Brasil
Banquete com os Deuses
Clube dos Anjos, O (Gula) – Col. Plenos Pecados
Comédias Brasileiras de Verão
Comédias para se Ler na Escola
Décima Segunda Noite, A – Coleção Devorando Shakespeare
Eterna Privação do Zagueiro Absoluto
Histórias Brasileiras de Verão
Jardim do Diabo, O
Mais Comédias para Ler na Escola
Melhor das Comédias da Vida Privada, O
Melhores do Analista de Bagé, As
Mentiras que os Homens Contam, As
Mesa Voadora, A
Mundo é Bárbaro, O
Opositor, O
Orgias
Poesia numa Hora dessas?!
Santinho, O
Sexo na Cabeça
Todas as Histórias do Analista de Bagé
Fonte: Editora Objetiva Ltda.(www.objetiva.com.br)
______________________________________________________________
Créditos Imagens:
1 e 3: Acervo Correntes D’Escritas,autoria Rui Sousa,gentileza Manuela Ribeiro.
2.Giuliano Mendes | Sortimentos.com