Museu de Arte Sacra expõe peças da coleção do casal Grieco
Mantido pela Secretaria de Estado da Cultura, o Museu de Arte Sacra de São Paulo é uma das mais importantes instituições do gênero no país. É fruto de um convênio celebrado entre o Governo do Estado e a Mitra Arquidiocesana de São Paulo, em 28 de outubro de 1969, e sua instalação data de 28 de junho de 1970. Desde então, o Museu de Arte Sacra de São Paulo passou a ocupar ala do Mosteiro de Nossa Senhora da Imaculada Conceição da Luz, na avenida Tiradentes, centro da capital paulista.
A edificação é um dos mais importantes monumentos da arquitetura colonial paulista, construído em taipa de pilão, raro exemplar remanescente na cidade, ultima chácara conventual da cidade. Foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, em 1943, e pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico e Arquitetônico do Estado de São Paulo, em 1979.
Tem grande parte de seu acervo também tombado pelo IPHAN, desde 1969, cujo inestimável patrimônio compreende relíquias das histórias do Brasil e mundial. O Museu de Arte Sacra de São Paulo detém uma vasta coleção de obras criadas entre os séculos 16 e 20, contando com exemplares raros e significativos. São mais de 14 mil itens no acervo. O museu possui obras de nomes reconhecidos, como Frei Agostinho da Piedade, Frei Agostinho de Jesus, Antonio Francisco de Lisboa, o “Aleijadinho” e Benedito Calixto de Jesus. Destacam-se também as coleções de presépios, prataria e ourivesaria, lampadários, mobiliário, retábulos, altares, vestimentas, livros litúrgicos e numismática.
Neste Maio Outonal,dia14 próxima terça-feira,o Museu de Arte Sacra de São Paulo – MAS/SP inaugura a exposição Memória, Devoção e Brasilidade – Coleção do casal Ruth e Paschoal Grieco, com curadoria de Beatriz Vicente de Azevedo, exibindo 93 peças, entre imaginária, talhas, mobiliário, pinturas e prataria.
Funcionalidade e simbolismo são marcas de cada uma das peças pertencentes ao núcleo de prataria sacra cristã desta coleção, reunida pelo casal Grieco, tais como navetas, turíbulos, caldeiras para água benta, sinetas, âmbulas, cálices, galhetas, bacias, gomis, luminárias, candelas e castiçais. Entre os destaques da exposição estão a coroa, o bastão e a salva encimada por uma pomba, objetos utilizados na tradicional Festa do Divino Espírito Santo.
A prata não era um material fácil de obter no Brasil colonial e imperial. Ela era trazida das minas de Potosí (Bolívia) através do Rio da Prata, do México e da Espanha. Era também fundida por ourives a partir de objetos estragados ou fora de moda. Uma outra alternativa foi o uso das moedas circulantes, devido, inclusive, à qualidade da liga de cunhagem. O uso das moedas para a produção de objetos em prata foi tão intenso que, para se ter ideia, o dinheiro na colônia tornou-se escasso. Após inúmeras tentativas de se fiscalizar metais e pedras preciosas em circulação pelo Brasil, foi promulgada em 1766 a Carta Régia, que proibiu terminantemente o ofício de ourives no país, lei esta que vigorou até 1815. Durante esses 49 anos os ourives continuaram a atuar e, ao que tudo indica, em maior número. Peças desse período revelam um aprimoramento técnico desses artistas perseguidos.
“Os bens culturais que Ruth e Paschoal com rigor e critério reuniram ao longo de mais de quatro décadas são testemunhos ‘sólidos’ e relevantes da memória e da identidade brasileira”, comenta Beatriz Vicente de Azevedo sobre os objetos em exibição. “Cada peça que integra a coleção passou pela lupa, pelo estudo de publicações e pela pesquisa minuciosa”, diz ainda.
Um dos objetivos da mostra é reafirmar a enorme importância que as coleções particulares possuem para a preservação de patrimônios culturais. “Após o contato com o objeto, tem início uma inquietação, um desassossego que se traduz em muita observação, pesquisa, estudo e crítica. O casal Grieco é extremamente rigoroso nas escolhas, apesar de ser encantado com a força e o sabor da arte brasileira do período colonial e imperial”, avalia a curadora.
Além dos objetos em prata, será exibida uma seleção de pinturas, móveis e imagens, também da coleção Ruth e Paschoal Grieco.
Exposição Memória, Devoção e Brasilidade – Coleção Ruth e Paschoal Grieco
Curadoria Beatriz Vicente de Azevedo
Abertura 14 de maio de 2013, terça-feira, às 19h
Período 15 de maio a 07 de julho de 2013
Local Museu de Arte Sacra de São Paulo – www.museuartesacra.org.br
Avenida Tiradentes, 676 – Luz, São Paulo
Tel.: (11) 3326-5393 – visitas monitoradas
Horário terça a sexta das 9h às 17h, sábado e domingo das 10h às 18h
Ingresso R$ 6,00 (estudantes pagam meia); grátis aos sábados
Número de peças 93
Imprensa:
Museu de Arte Sacra de São Paulo
Balady Comunicação – Silvia Balady/ Bruno Palma
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