Florianópolis de Hoje, “te amo.”
FLORIANÓPOLIS Multicultural
Resplandece Florianópolis. Ela que é uma das mais bonitas cidades do Brasil e que chega aos 286 anos com a fama de ser uma capital multicultural, que recebe de braços abertos todos que a escolheram para seu lugar de destino.
Uma cidade reconhecida por sua exuberante beleza, uma cobertura vegetal a compor um cenário que fascina os visitantes e orgulha os florianopolitanos.
Cosmopolita, elegante, majestosa que nos seduz na volúpia da sua paisagem, na alegria de sua gente faceira, na arquitetura contemporânea de seu espaço urbano a namorar o mar em rosados entardecer ou em exageradas manhãs ensolaradas de março, douradas, a inundar com luz e cor como o“Ramo de Girassóis”, pinceladas de impressionismo frescor de Claude Monet (1840-1926).
Sobretudo, é uma cidade multicultural que no passado abriu suas portas à imigrantes das mais diversas partes do mundo que aqui realizaram seus sonhos, formaram famílias e contribuíram com o seu trabalho para o desenvolvimento econômico e social de Desterro/Florianópolis.
O mar que banha Floripa de hoje, que banhou Desterro de ontem, que envolve a Ilha apaixonado foi o caminho Atlântico por onde chegaram os povoadores açorianos do século XVIII. Construtores de um novo tempo que, no século XIX, receberiam os imigrantes de outras partes da Europa e, juntos, forjaram a identidade cultural de Florianópolis dando “cara” à nossa gente, numa composição de multiculturalidade e diversidade.
Por tudo isso é sempre bom lembrar que se os açorianos escreveram uma importante página da nossa história cultural outros também o fizeram com igual valor e deixando uma inegável contribuição na vida cultural, religiosa, econômica e política de Florianópolis. Está nos registros da memória coletiva entrelaçada no tempo e no espaço ao longo de tantas gerações e está no sangue forte que corre em nossas veias. Do legado do negro escravo e o seu sonho de liberdade aos imigrantes alemães, italianos, poloneses, gregos, libaneses do século XIX e XX. Foram os pioneiros no comercio e indústria de Desterro e depois de Florianópolis. Legaram um contributo cultural inestimável na educação de toda uma geração de ilhéus.
Todos, com seus costumes, música, religiosidade, trabalho construíram Florianópolis com esse humor irreverente que nos caracteriza. Escreveram sua história familiar. Escreveram a história de nossa cidade. Entrelaçaram etnias, teceram culturas dando a Florianópolis um feitio multicultural que hoje se apresenta largamente.
Se Florianópolis no seu passado teve na multiculturalidade o seu perfil característico hoje, 286 anos depois , é uma cidade escancarada para o mundo, um lugar que todos querem chegar e os que chegam fazem dela a sua terra e a abraçam-na com a mesma força e amor dos nossos antepassados imigrantes.
Assim é Florianópolis, emoldurada pelo forte sentimento de auto-estima que transparece no viver de seu povo temperado pela maresia ao sabor do Vento Sul, num sopro equóreo de espumas como cantou o poeta Cruz e Sousa.
Lélia Pereira da Silva Nunes
23 de março de 2012
Nota: Basta percorrer os olhos pela Florianópolis do Sec.XXI para reconhecermos a contribuição e empreendorismo das famílias: Alemães – Moellmann, Moritz, Müller, Freyesleben, Hoepecke, Horn, Vahl, Molenda, Hachradt,Bush, Berenhäuser, Becker, Koerich, Meyer, Stodieck; Italianos – Cuneo , Cavallazzi, Bonetti,D’Acampora –D’Alascio Evangelista, Faraco, Grillo, Napoli, Sabatini,Pagani,Peluso,Rottolo,Sanseverino,Bertolli , Sorrentino, Zilli; Poloneses- Sobierajski, Szpoganicz, Wolowski, Titeriscz, Berka, Machowieski, Misoski, Sielski, Woicek, Slovinski e Trompowsky; Gregos – Savas ( do capitão Nicolau Savas, primeiro que chegou a Florianópolis em 1883), Atherino, Kotzias, Katcipis,Diamantaras, Garofalis, Pítisica, Mandalis, Spyrides, Athanazio, Apostolo, Kominos, Lacerda, Sirydakis, Kalafatás, Jannis; Libaneses – Cherem, Mansur,
Mussi, Jorge, Daura, Daux, Miguel, Ghanen, Felício, Amin, Boabaid, Salum, Simão, Mattar, Elias, Curi, Calil, Demetri, Moukharsel, Nahas, Chraim e muitos outros nomes de igual relevância deram a sua contribuição para o desenvolvimento econômico e cultural de Florianópolis. Famílias que fizeram desta Ilha seu chão, seu ponto de permanência.
_________________________________
Crédito Imagens:
1. Pintura de Eduardo Dias,pintor ilhéu nascido em Desterro em 19 de Fevereiro de 1872 e falecido em Florianópolis em 27 de outubro de 1945,
2. foto Lélia Nunes
3. http://www.blogjurereinternacional.com.br/2012/03/23/parabens-florianopolis-por-seus-286-anos/