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Este conteúdo fez parte do "Blogue Comunidades", que se encontra descontinuado. A publicação é da responsabilidade dos seus autores.
Imagem de Hoje são 471 Anos!
José Manuel Santos Narciso

–
Comunidades 05 abr, 2017, 23:13

Hoje são 471 Anos! José Manuel Santos Narciso –

Este belo artigo do Jornalista Santos Narciso foi publicado em 2016,merece ser (re)publicado no Comunidades. Parabéns,Ponta Delgada!

Postal para Ponta Delgada nos 470 anos!
Menina do meu viver!

Nem princesa, nem pérola, nem mui, nem sempre isto ou aquilo! Simplesmente cidade! Simplesmente, a minha cidade. Invernos de beirais chorosos e Verões de mar infinito, beijo tranquilo que morre no sussurro da noite que cai morna de avenidas e quente de saudades! Ponta Delgada! Não me foi berço mas é leito onde mergulho os anos e as ilusões, de Santa Clara à Pranchinha, do mar à serra, até aos Arrifes e Relva ou às Fajãs floridas e matizadas do branco que produz e dos laranjais que já foram!
No meu coração uma cidade. Na minha cidade, um coração que pulsa em cada viver, séculos passados e presente feito esperança difícil, parto quotidiano de futuro melhor! Hoje Ponta Delgada faz anos! 470! Mesmo com o véu de nuvens, há um Sol que aparecerá e regará de luz as ruas e esquinas, os cantos dos meus afectos e dos meus sabores! Porque Ponta Delgada come-se como fruto maduro de tempo e lugar que mata esta fome de regresso que multiplica o tamanho das horas das ausências!
Tivesse eu voz, tivesse eu talento e com certeza poderia cantar a gesta de um povo que te fez cidade, de teu nome “por estar situada junto de uma ponta de pedra de biscouto, delgada e não grossa como outras da ilha, quasi raza com o mar” (Frutuoso) , na terra onde o trabalhador “levanta a enxada mais alto, a crava mais fundo e com mais vigor lhe extrai a terra já dócil ao grão e já penetrável ao tubérculo” (Nemésio). No comércio e na indústria foste pioneira e sentinela, dos tempos do pastel, fartura de verde espalhada na ilha à aventura das exportações e dos arrojados Homens de então que te vestiram de exotismo em jardins e culturas, com desenvolvimentos nunca antes sonhados.
Nas tuas águas singraram caravelas, veleiros, vapores, paquetes e barcos de pesca. Gente de têmpera rija e coragem indomável fez do teu porto oitocentista um verdadeiro centro Atlântico onde ancoraram barcos e amararam aviões no início da saga dos ares.
Depois de tudo isto, mais que louvar, mais que engrandecer, hoje apetece perguntar: Que fizeram de ti, ó cidade? Quem te desventrou as entranhas da centralidade para criar periferias que te esvaziam e deformam? Quem te tornou agonizante no teu centro autorizando catedrais de consumo e torres de habitação? Quem te roubou serviços e os deslocou ao sabor de interesses, sabendo que perdias o bulício de cada dia? Quem te matou a noite? Quem gerou cidades dentro da cidade, Portas do Mar, delírio de fantasias, e casinos e galerias inacabadas que apodrecem de tempo e de vergonha?
O teu rosto, ó cidade, não precisa de ser embonecado e falsificado. Enganem-se os que pensam que mais valem toneladas de betão que um velho museu aberto. E o teu, Ponta Delgada, o teu Museu vai a caminho de dez anos fechado. Há vazios que parecem não doer, mas desgastam e fazem sofrer quem verdadeiramente te ama e não gosta das velhas tricas políticas que de ti fazem jóia de coroa apenas apetecível na sede do poder e no esquecimento do servir.
Ponta Delgada de Santos (Pedro, Sebastião, José e Clara) e do Santo dos Santos, o Cristo dos Milagres que desde 1541 se alberga no coro baixo do Mosteiro da Esperança; Ponta Delgada das Letras, âncora de Antero, e das artes com Canto da Maia, Domingos Rebelo e tantos outros.
Esta é a Ponta Delgada que eu amo, que sinto e vivo em cada dia. Mesmo que eu nela não ande como queria, ela anda em mim ao sabor dos meus desejos e saudades.
Parabéns, Ponta Delgada e que não te pesem os séculos, menina do meu viver!
Santos Narciso

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