Holocausto
Bodies bleeding blood,
wounds bleeding pus,
mouths in agony
bleeding Jesus’ name.
The stone bleeding springs
that do not kill the thirst.
The eyes bleeding tears
that do not kill the pain.
And the water,
far up above
bleeding rain
upon the rocks and flowers.
The fields and the springtime
bleeding music,
perfume and color.
And the soul of the poet bleeding verses.
And the soul of the humble: the hunger and the pain.
Jonas de Amaral Medeiros Negalha (1933-2007), teacher, writer, poet, native of Lomba da Maia, São Miguel, lived for several years in Ponta Delgada, then immigrated to Brazil and established residence in São Paulo, where he worked and later died.
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Holocausto
Corpos sangrando sangue,
feridas sangrando pus,
bocas em agonia
sangrando o nome de Jesus.
A pedra sangrando fontes
que não matam a sede.
Os olhos sangrando lágrimas
que não matam a dor.
E a água,
nas alturas,
sangrando chuva
sobre a pedra e a flor.
Os campos e a primavera
sangrando música,
perfume e cor.
E a alma do poeta sangrando versos.
E a alma dos humildes: a fome e a dor.
Jonas de Amaral Medeiros Negalha (1933-2007), professor, escritor, poeta, natural da freguesia de Lomba da Maia, ilha de S. Miguel, viveu alguns anos em Ponta Delgada tendo emigrado para o Brasil e fixado residência em S. Paulo onde trabalhou e veio a falecer.
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